Volta para casa foi marcada por lentidão; na 381 foram 50 km de congestionamento
Victor Hugo Fonseca
Mais um fim de ano e a cena nas estradas mineiras se repete: acidentes violentos e congestionamentos na volta para casa. O balanço oficial das polícias rodoviárias será divulgado na manhã de hoje. Mas, com base em acidentes ocorridos nas BRs e MGs - incluindo atropelamentos, 26 pessoas perderam a vida nas rodovias desde a 0h da última quinta-feira.
"Tudo indica que esse foi o feriado mais violento do ano. Até então, havíamos registrado 21 mortes no recesso de 12 de outubro", antecipou o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Aristides Júnior. Só na manhã de ontem, foram registrados três mortes em três acidentes. Dois deles ocorreram na BR-381.
No feriado prolongado de Natal do ano passado, a PRF registrou 25 mortes. "No entanto, em 2008, tivemos um dia a mais de recesso", destacou Júnior. Conforme o inspetor, os motoristas já haviam sido avisados que o fluxo aumentaria muito e que a ocorrência de chuvas iria intensificar o perigo.
"Alertamos isso antes do feriado. O número de acidentes mostra o resultado da imprudência dos condutores aliado às pistas molhadas", explicou.
Paciência. Quem retornou à capital ontem teve que ter muita paciência para enfrentar o trânsito lento nas rodovias. O maior congestionamento foi registrado na BR-381. Até mesmo os que optaram em pegar estrada mais cedo foram surpreendidos. Por volta das 17h, a BR- 381 já apresentava fluxo intenso de veículos.
Uma hora mais tarde, uma chuva fina contribuiu para deixar o trânsito ainda mais lento. De acordo com a PRF, às 19h a rodovia apresentava 50 km de lentidão, no sentido Belo Horizonte, na altura de Nova União.
"Comparando com a saída, no início do Natal, a rodovia está bastante movimentada. Mas poderia ser pior. É que muitas famílias emendaram os dois feriados e só voltam após réveillon", disse o inspetor da PRF.
A jornalista Eulene Barbosa, 29, passou o Natal com o irmão em Ipatinga. Para evitar contratempos, ela optou por retornar à capital às 10h. Mas, por causa do trânsito lento, Eulene só conseguiu chegar em Belo Horizonte às 16h30. "Geralmente gasto três horas nesse percurso", disse. A jornalista não viu acidentes de grandes proporções no caminho. "O fluxo de carros estava intenso. Isso sempre acontece", destacou.
A nutricionista Ana Carolina Horta, 26, conta que a demora para retornar para casa, começou na rodoviária de João Monlevade, na região Central do Estado. A passagem para Belo Horizonte estava marcada para 10h, mas o ônibus chegou ao terminal apenas às 11h40 devido ao congestionamento na BR-381, no sentido Vale do Aço/Belo Horizonte. Além da espera, o tráfego intenso no trecho da rodovia, entre João Monlevade e Belo Horizonte, fez com que a viagem, que dura em média duas horas, demorasse o dobro.
"Saí de Monlevade por volta de 12h e cheguei em Belo Horizonte só às 16h. Além da demora, o fato de o ônibus estar lotado é um incomodo ainda maior", reclamoua nutricionista. Ana Carolina conta que comprou a passagem de retorno ainda em Belo Horizonte, para o horário da manhã, justamente para tentar fugir dos transtornos devido ao grande fluxo de veículos. "Todo feriado é assim".
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