Beto Magalhães/EM/D.A Press
BR-381- Motoristas devem dobrar a atenção em vários trechos que estão sendo alargados, sobretudo nos quilômetros 381, 388, 411 e 418, entre Nova União e São Gonçalo do Rio Abaixo, que provocam lentidão e congestionamentos na rodovia
Paulo Henrique Lobato
Perigo nas férias
Vários outdoors espalhados às margens da BR-381 alertam os usuários sobre as tristes estatísticas da estrada que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Foram 138 mortes – este número não leva em conta os feridos que perderam a vida nos hospitais ou a caminho deles – em 2.076 acidentes ocorridos no ano passado. Boa parte dos engenhos foram instalados nos 108 quilômetros entre a capital e João Monlevade, na Região Central, considerado o percurso mais crítico da via. Tanto que o trecho recebeu o macabro rótulo de Rodovia da Morte. Todo cuidado na traiçoeira estrada, cujo traçado acompanha fundo de vales e contorna montanhas, é pouco, pois as colisões frontais fazem parte do cotidiano do corredor, usado por cerca de 25 mil veículos por dia, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Os usuários que vão passar pela via neste fim de ano devem dobrar a atenção, pois, além da perigosa infraestrutura, alguns trechos estão em obras, como quatro pontes que estão sendo alargadas nos kms 381, 388, 411 e 418 – todas entre Nova União, na Grande BH, e São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central, a 84 quilômetros da capital. O Dnit informou que as obras devem ser concluídas em janeiro ou fevereiro do ano que vem. Até lá, dependendo do horário da viagem, o condutor vai enfrentar um longo congestionamento. Na última quinta-feira, por exemplo, por volta das 18h, a obra no km 388 causou uma fila de 10 quilômetros em ambos os sentidos.
Muitos motoristas que ficam irritados com a lentidão abusam da velocidade para recuperar o tempo perdido. Vários outros não se incomodam de ultrapassar pelo acostamento. A imprudência na Rodovia da Morte pode custar a própria vida do infrator, pois as características negativas da BR-381 – traçado sinuoso, pista simples e falta de barreiras físicas entre as pistas contrárias – favorecem as colisões frontais. O mais trágico ocorreu em março deste ano, quando um caminhão desgovernado atingiu em cheio uma Van com universitários de Caeté.
Seis pessoas – cinco passageiros e o motorista do veículo menor – perderam a vida. Nove meses depois, ainda há destroços dos veículos às margens da rodovia. Parentes das vítimas – e usuários da via – já perderam a conta de quantos protestos foram feitos em favor da duplicação da 381, mas a megaobra, orçada em R$ 2 bilhões pelo Dnit em 2006, não deve ficar pronta antes de 2014. Enquanto isso, motoristas e passageiros continuarão convivendo com os números alarmantes de tragédias no local. E não é só o perigo das colisões frontais que se espalha pela via.
EROSÃO A estrada conta com várias outras armadilhas, como sinalização coberta pela vegetação e erosões. Uma das crateras, cuja profundidade chega a cerca de cinco metros, engoliu o acostamento e parte da pista no km 364, entre São Gonçalo do Rio Abaixo e João Monlevade. O imenso buraco, no sentido de quem segue para Belo Horizonte, está a poucos metros de uma curva fechada, o que aumenta o risco de acidentes, pois vários veículos, principalmente os de carga, invadem a direção contrária para fugir da erosão. Uma cruz colocada perto da cratera mostra que o trecho já era perigoso antes mesmo de o asfalto ser engolido.
Toda atenção também é pouca na chamada Curva do Sabão, no km 402, palco de centenas de desastres. O cuidado deve ser redobrado nesta época do ano, pois as chuvas deixam o asfalto bem escorregadio, justificando o apelido do trecho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário