segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tem um gasoduto no meio do caminho da duplicação da 381

PROBLEMA?

O canal leva gás de Ouro Branco a Belo Oriente e tem 351 km de extensão

Publicado no Jornal OTEMPO em 15/07/2012

ANA PAULA PEDROSA E QUEILA ARIADNE

FOTO: ANGELO PETTINATI - 25.5.2012foto_14072012204340Gasoduto fica na parte lateral, onde não é possível escavar

A expectativa é que a BR-381, conhecida como Rodovia da Morte, seja finalmente duplicada e ganhe um traçado menos perigoso até 2015. Mas no meio do caminho tem um gasoduto, que pode atrasar ou encarecer a obra. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) diz que não pode falar sobre o impacto porque ainda não recebeu os projetos executivos das empresas que farão as intervenções.

O canal leva gás da cidade de Ouro Branco, na região central do Estado, a Belo Oriente, no Vale do Aço, e tem 351 km de extensão. Desse total, cerca de 150 km, ou 43% da faixa de domínio, passam pela BR-381, entre João Monlevade e Belo Oriente. O trecho coincidirá com pelo menos quatro dos oito lotes nos quais se dividem a reestruturação da rodovia. Nessa faixa coincidente, a previsão é de duplicação de pistas, construção de viadutos, pontes, passarelas e alargamentos. Mas nenhum dos oito projetos em elaboração explicita o que será feito com gasoduto do Vale do Aço.

O chefe da engenharia de transportes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nilson Tadeu Nunes, diz que, como o gasoduto está na faixa de domínio da rodovia, provavelmente terá que ser removido. Ele acredita que seria o primeiro caso de remoção de um gasoduto no país, mas diz que a operação não inviabiliza a obra. "É como remover redes de alta tensão ou tubulação de saneamento, que também passam por baixo de vias", compara.

O canal, inaugurado há dois anos, custou R$ 750 milhões e abastece grandes indústrias como Usiminas, Gerdau, Cenibra e ArcelorMittal. A estimativa do custo da obra nos trechos onde o duto passa é de R$ 900 milhões.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Alberto Salum, diz que existe a possibilidade de a Gasmig, dona do gasoduto, ter que readequá-lo, mas nada que impeça a obra. "Talvez tenha que realocar, pois alargamentos serão feitos, assim como outros alinhamentos. A Gasmig terá que orientar de perto, com mapeamento preciso. Um acidente só vai acontecer por uma fatalidade", afirma. A rede pode ser compatibilizada com a duplicação das pistas, sem maiores transtornos.

Mais caro. O presidente do Sicepot-MG ressalta que o mais provável é que a companhia elabore um projeto para evitar ao máximo alterações no duto. "Quanto mais se mexe, mais caro fica", destaca.

O professor da disciplina de estradas do curso de engenharia civil da Fumec, Márcio Aguiar, diz que, como o gasoduto passa pelo acostamento, uma hipótese é ele ficar no que será o novo canteiro central. De acordo com o professor, ele pode encarecer a obra porque demandará cuidados e procedimentos técnicos específicos, mas não será empecilho.

"O cadastro detalhado vai guiar a identificação da linha do gasoduto e ajudar na definição dos critérios para que as perfurações e escavações sejam feitas em segurança, pois qualquer descuido pode provocar um acidente", diz Aguiar.

A Gasmig, que controla o gasoduto, não dá detalhes de como será compatibilizado o cano com a obra de duplicação da BR-381, mas afirma que é possível fazer a obra sem remover o duto.

Ao longo do trecho da 381 onde o gasoduto passa, há placas avisando do risco de perfurações nas imediações dele.

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Fonte: O Tempo

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