Recesso de Nossa Senhora Aparecida foi mais trágico que Carnaval
Thiago Nogueira
O feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida foi o mais violento do ano nas rodovias federais que cortam Minas, segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado ontem. Nos quatro dias de feriadão, entre a 0h de sexta-feira e o fim da noite de segunda-feira, 21 pessoas morreram nas BRs. Nas estradas estaduais aconteceram outros 15 óbitos, de acordo com balanço da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), totalizando 36 mortes em rodovias mineiras.
Nas BRs, o feriado de Carnaval era o mais violento do ano até então. Em seis dias de fevereiro, 20 pessoas haviam morrido. Na comparação com o recesso da Independência, em 7 de setembro, cuja operação da PRF também durou quatro dias, o número de mortes aumentou 10%. Por outro lado, nas MGs houve queda de 25% na quantidade de óbitos.
As 21 mortes em rodovias federais mineiras colocam o Estado no topo do ranking nacional, bem à frente de Paraná (seis) e Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco (cinco mortes cada). Em todo o Brasil, 88 pessoas perderam a vida em 2.217 acidentes nesse último feriado. No país, na comparação com o Dia da Independência, a PRF registrou redução de 10% na quantidade de mortes, 6,5% no total de feridos e 4,8% nos acidentes. Em Minas, o total de acidentes apresentou queda de 26,5% e a quantidade de feridos caiu 22%.
Perfil. Das mortes em estradas federais mineiras, 47,6% foram causadas por colisões frontais. "A maioria de nossas estradas é de pistas simples e mal sinalizadas", lembrou o chefe de comunicação da PRF, inspetor Aristides Júnior. Acidentes provocados por colisões traseiras mataram cinco pessoas.
Mais da metade das ocorrências com vítimas aconteceram no sábado, quando os motoristas ainda deixavam suas cidades. "Normalmente o motorista está mais agitado, mais ansioso. Além disso, no sábado choveu", ressaltou o inspetor. Entre sexta e sábado ocorreram 201 acidentes, quando 69 pessoas ficaram feridas.
Em Minas e no Rio de Janeiro, as pancadas de chuva na saída do feriadão fizeram com que 70% dos desastres acontecessem nos dois primeiros dias do feriado.
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