quinta-feira, 29 de outubro de 2009

2009.10.29 - Estradas em Minas são piores que a média nacional - O Tempo

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Levantamento. CNT mostra problemas em 73% das rodovias mineiras

Estradas em Minas são piores que a média nacional

Pesquisa avaliou deficiências no pavimento e na sinalização das vias

Murilo Rocha

Brasília. Os mais de 24 mil km de estradas estaduais e federais pavimentadas em Minas Gerais estão em situação pior do que a média do restante do país, principalmente em relação aos outros Estados do Sudeste e da região Sul do Brasil. De acordo com uma pesquisa rodoviária divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 73,7% das estradas mineiras foram classificadas como regular, ruim ou péssima, por apresentarem algum tipo de deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via (veja arte).

 

No Brasil, em 89.552 km, foram detectados problemas em 69% das rodovias, na média, enquanto na região Sudeste o índice é de aproximadamente 54%, avaliado como o melhor do país. Os números consideram tanto as rodovias públicas quanto as concedidas à iniciativa privada.

Se comparado com o Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, Minas também lidera a classificação negativa relacionada ao pavimento. De acordo com o levantamento, 59,4% do asfalto rodoviário mineiro foi avaliado de regular para baixo. A sinalização do Estado foi considerada deficiente em 62% dos trechos pesquisados. Já o traçado das vias foi classificado como ótimo em apenas 1,2% das estradas mineiras.

Outros dados críticos, tanto em Minas como no resto do país, dizem respeito ao perfil das rodovias brasileiras e aos altos números de acidentes. No país, 88,9% das estradas são de pista simples de mão dupla. Nas rodovias mineiras (MGs e BRs), esse número chega a 91,7%, ou seja, nove em cada dez estradas não possuem pista duplicada. Praticamente metade das rodovias pavimentadas no Estado (49,8%) também não tem acostamento.

"A situação em Minas é crítica, preocupante. Pelo Estado, passam 26% das rodovias federais e temos problemas de peso na pavimentação, na sinalização e na geometria das vias. O traçado de algumas estradas é muito antigo e não foi modernizado", avalia o presidente da CNT, Clésio Andrade.

Recursos. De acordo com ele, os investimentos da União nas estradas federais - R$ 23,8 bilhões, de 2003 até setembro deste ano - ainda estão "muito aquém do necessário". Pelos cálculos da confederação, seria preciso um investimento de R$ 32 bilhões para recuperar os problemas atuais das rodovias brasileiras.

Questionado se o montante, cerca de R$ 65 bilhões, arrecadado com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) - imposto sobre a comercialização e a importação da gasolina - durante o período não seria suficiente para esse investimento, o presidente da CNT disse estar cobrando do governo federal esse retorno. "Estamos cobrando constantemente", respondeu, criticando a não-vinculação direta desse recurso com os reparos nas rodovias federais.

Ainda segundo Andrade, a precariedade da maior parte da malha rodoviária brasileira implica em um aumento médio de 28% do custo operacional de caminhões e um acréscimo de até 5% no consumo de combustível.

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Mau exemplo

Trecho mais grave é no Estado

São Paulo aparece com os cinco segmentos mais bem avaliados

Murilo Rocha

Brasília. Na pesquisa rodoviária 2009, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Minas Gerais também ganhou destaque negativo no ranking dos piores trechos. De acordo com o levantamento, a ligação entre Leopoldina, na Zona da Mata, e a BR–262, passando pelas BRs 120, 265, 354 e 491 e outras MGs, ficou em último lugar entre os 109 segmentos rodoviários avaliados na pesquisa. Entre os trechos considerados os piores do Brasil estão ainda a BR–174, entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR), e a GO–174, entre Rio Verde e Iporá. Todos eles são geridos pela administração pública.

Segundo o estudo, em todo o país foram constatados pelo menos 193 pontos críticos. A pesquisa não revelou os locais, mas estão relacionados a erosões na pista (93), quedas de barreira (18), pontes caídas (4) e buracos grandes (78).

Apesar de ainda apresentar um quadro crítico em relação às rodovias, Minas melhorou a classificação na pesquisa. Em 2007, 86% da malha do Estado foi avaliada como regular, ruim ou péssima. No país, o índice era de 73,9%.
Na outra ponta da pesquisa, São Paulo aparece com as cinco melhores ligações rodoviárias. Todas elas geridas por concessionárias do setor privado. A melhor ligação é entre São Paulo e Taubaté, via SP–070. Depois aparecem os trechos entre São Paulo e Limeira, São Paulo e São Vicente, Barretos e Bueno de Andrade e Ribeirão Preto e Borborema.

Conforme a CNT, entre os 14.215 km de estradas repassadas à iniciativa privada, 76,5% apresentam condições boas ou ótimas, ante 23,5% regulares, ruins ou péssimas. De acordo com os coordenadores da pesquisa, o índice de rodovias privatizadas e com deficiência, nesse caso, é explicado pelos novos lotes de concessão ainda em fase de recuperação das estradas.

Resposta. Em nota, o Ministério dos Transportes considerou como positivos os dados da pesquisa rodoviária 2009, da Confederação Nacional do Transporte. Na avaliação da pasta, a classificação dada como regular não pode ser avaliada como negativa, pois varia de 55 a 80 pontos em uma escala de zero a cem.

“Sendo assim, a leitura atenta dos indicadores da pesquisa rodoviária comprova uma melhora muito significativa das condições de tráfego das rodovias brasileiras sob responsabilidade federal”, diz a nota.
Ainda segundo o ministério, as melhorias nas rodovias brasileiras têm sido monitoradas por acompanhamentos internos da pasta. No entanto, conforme a CNT, a classificação regular está associada a algum tipo de deficiência na via.

Irregularidades. O presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade, se juntou ontem ao coro do presidente Lula e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para criticar o Tribunal de Contas da União (TCU), que recomendou a paralisação das obras com suspeitas de irregularidades. Conforme Andrade, a medida acarreta prejuízos para o país superiores aos causados por problemas na contratação das obras. Neste ano, o TCU recomendou a paralisação de 26 obras rodoviárias.

Ambiente

Poluentes. Segundo a CNT, sob o ponto de vista ambiental, rodovias de baixa qualidade geram impacto negativo ao fazerem com que os veículos consumam mais combustíveis.


Perigo

Feriado sem radares e com chuva

Vem aí mais um feriado prolongado e também arriscado para os motoristas que vão pegar estrada. Além da deficiência da fiscalização, outro fator deve complicar ainda mais o período de Finados nas rodovias mineiras: a chuva.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que não será possível religar os 22 radares em Minas Gerais (dez no Anel Rodoviário, sete na BR–381, três na BR–356 e dois na BR–040), conforme havia sido prometido.

Os equipamentos deveriam ser reativados, em caráter emergencial, até o fim deste mês. Segundo o órgão, houve um atraso na remessa dos aparelhos por parte da Data Traffic, empresa responsável pela manutenção dos radares em Minas. Ainda de acordo com o Dnit, está sendo feito um esforço para que, até a próxima sexta-feira, os radares estejam funcionando pelo menos em alguns pontos considerados mais críticos.

Na manhã de ontem, a reportagem de O TEMPO flagrou técnicos da Cemig religando o radar do Anel Rodoviário, na altura do bairro Betânia, na região Oeste da capital mineira.
Um grande fluxo de veículos deve deixar a capital mineira a partir de sexta-feira. A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão preparando uma megaoperação para o feriadão.

Retrospecto Negativo. O feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro, foi o mais violento do ano nas rodovias federais que cortam Minas, segundo balanço da PRF. Nos quatro dias do último feriado, 21 pessoas morreram nas BRs. Nas estradas estaduais, aconteceram outros 15 óbitos.

Rodoviária. O Terminal Rodoviário vai disponibilizar 1.760 ônibus, sendo 309 extras. Devem embarcar na próxima sexta-feira e no sábado, segundo estimativas, cerca de 50 mil passageiros. Um esquema especial será montado para aumentar o controle de segurança e trânsito. (Fernando Zuba)

Fonte: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdEdicao=1464&IdCanal=6&IdSubCanal=&IdNoticia=125272&IdTipoNoticia=1

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