quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Pesquisa CNT sobre as Rodovias Brasileiras

A CNT(Confederação Nacional do Transporte) precisa rever urgentemente o seu conceito sobre o que é uma boa Rodovia. Até para que a entidade que defende os usuários do transporte, não corra o risco de prestar um deserviço à nação Brasileira. Em especial a Minas Gerais.

A última pesquisa, publicada esta semana, comete alguns equívocos ao dizer, por exemplo, que as condições da BR 381 no seu trecho conhecido como "Rodovia da Morte", que tem 110 KM e vai de BH a João Monlevade em Minas, está em boas condições.

Ora, como que um Rodovia que matou mais de 700 pessoas em um ano pode ser considerado boa, na classificação da CNT? A BR 381 em toda a sua extensão, que vai da divisa de Minas com Säo Paulo, até São Mateus no ES, em pouco mais de 900KM, registrou 8.235 acidentes, com 3.707 feridos,  sendo 1.235 feridos gravíssimos, 277 mortes no local e quase 500 mortes posteriores ou a caminho dos hospitais dentro das unidades de resgate. Esta Rodovia é um assunto de SEGURANÇA NACIONAL e não pode, em hipótese alguma, ser considerada "boa".

O Ministério dos Transportes, que tem tratado a malha Rodoviaria Federal de Minas Gerais com pouco caso, há anos, ao ouvir isso, pode achar que está tudo bem e continuar negligenciando as Rodovias do Estado, enquanto as pessoas morrem nas curvas assassinas da 381, da 040, da 262, da 356, da 116 entre outras.

Os técnicos que tabularam esta pesquisa precisam entender que "rodovia boa" é rodovia segura, com pistas independentes evitando as colisões frontais, que são responsáveis por 90% das mortes nas Estradas Brasileiras.

Uma visita aos EUA ou a Alemanha já seria o suficiente para que, em termos comparativos, nossas Rodovias fossem consideradas péssimas e com níveis de segurança proibitivos.  A exceção das que atravessam o Estado de São Paulo, 70% das Rodovias Federais do Pais estão condenadas em suas estruturas e traçados. Asfalto e boa sinalização não devem ser as referências para que uma Rodovia seja considerada segura. Exige-se muito mais do que isso.

O Brasil produz carros cada vez mais potentes, mas as Rodovias continuam as mesmas de 50 anos atrás, permitindo que dois veículos cruzem, um com o outro em sentidos opostos, sem barreiras físicas de concreto ou aço entre as pistas. Estamos falando de uma faixa de 40 centímetros entre as pistas, o que é um absurdo.

Cabe lembrar que o DNIT, especialmente o de MG, continua sendo um mero órgão executor de rotinas, mal mal consegue prever quando os contratos de manutenção das Rodovias irão vencer.
E não passa disso, é um especialista em desculpas e não dá conta do recado.
O assunto merece reflexão por parte da CNT e a intervenção do Presidente da República, URGENTEMENTE...

José Aparecido Ribeiro
Especialista em trânsito, transporte e assuntos urbanos.
Administrador e Consultor Especializado.
SOS Rodovias Federais - ONG
Belo Horizonte - MG
31 - 9953 7945
CRA MG 0094 94

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