sábado, 31 de julho de 2010

2010.07.30 - Amantes protegidos pelo sigilo – Diário do Aço

Polícia Rodovia Federal não divulga mais nomes de vítimas em rodovias

DivulgaçãoI004807PRF restringe informações em relatórios para preservar intimidade de vítimas de acidentes

DA REDAÇÃO – Na semana que passou, um relatório da Polícia Rodoviária Federal sobre um acidente grave na BR-381, enviado à redação do DIÁRIO DO AÇO, trazia apenas as iniciais dos nomes dos envolvidos no acidente.

Diferentemente dos relatórios divulgados até então, o boletim normalmente enviado às redações não traziam a qualificação completa das vítimas. Nem a central da PRF, em Contagem, quis divulgar os nomes.

O procedimento agora é adotado em todas as unidades da Polícia Rodoviária. Jornais e outros veículos de comunicação que precisarem informar os nomes das vítimas terão que recorrer agora a outras fontes, como as unidades do Instituto Médico Legal. 

O motivo para a mudança no procedimento, que mais cria dúvidas do que esclarece, só foi revelado nesta quinta-feira.

A determinação partiu de Brasília. O inspetor Alexandre Castilho informou que a Polícia Rodoviária Federal tem frequentes casos em que motoristas, homens e mulheres, pais de família, viajavam ao lado de alguém que não era necessariamente o cônjuge, quando se envolveram em acidentes, graves ou não, mas tiveram os nomes divulgados na imprensa a partir dos relatórios da PRF.

“Sem questionar ou julgar valores morais, esse tipo de divulgação fere a intimidade do cidadão. Isso porque divulgamos algo sobre o qual não havia interesse público. Para que isso não ocorra, a Polícia Rodoviária Federal vai manter a intimidade da vítima preservada”, explicou.

Questionado se a não divulgação dos nomes das vítimas de acidentes nas rodovias, a partir do entendimento relatado pelo inspetor, não significava o individual sobrepondo-se ao interesse coletivo, o inspetor Alexandre Castilho disse que o interesse coletivo se fundamenta naquilo que atinge a vida da sociedade.

Castilho concorda que se divulgue apenas o local onde ocorreu o acidente, os prejuízos causados, o número de vítimas e para onde foram levadas. “Mas os nomes das vítimas interessam apenas aos envolvidos”, concluiu.

Fonte: Diário do Aço

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