domingo, 18 de outubro de 2009

2009.10.18 - Mortes nas estradas mineiras poderiam ser evitadas - Jornal Hoje em Dia

EUGÊNIO MORAES - 2/7/20091169801005 Acidente na BR-381, ocorrido neste ano, entre um caminhão e um carro, deixou dois mortos

Cláudia Rezende - Repórter - 18/10/2009 03:09

Em 2008, 46% dos acidentes estavam relacionados ao comportamento do motorista

Minas Gerais acrescentou à sua coleção mais um título de líder de acidentes nas estradas durante o feriado prolongado de Nossa Senhora da Aparecida, entre os dias 10 e 12 de outubro deste ano. Foram 593 casos - somados os dados das vias federais e estaduais -, com 36 mortos e 511 feridos.

Colisões, saídas de pista e atropelamentos são os tipos de ocorrências, na maioria, provocados por falhas humanas. A estimativa de policiais é de que, em mais de 90% dos casos, as tragédias estejam relacionadas à falta de atenção e à imprudência dos motoristas, o que significa que poderiam ser evitadas.

Em 2008, dos 22.583 acidentes ocorridos nas vias federais, 46,51% estavam relacionados ao comportamento do condutor, 43,9% tiveram causas não esclarecidas e 9,5% eram relativos a defeitos mecânicos, problemas nas vias ou animais na pista.

Os dados do último feriado também mostram a relação entre a falha humana e a ocorrência dos acidentes. Nas estradas federais, entre os 17 casos em que houve 21 mortes, foram oito colisões frontais, quatro traseiras e uma transversal, além de dois atropelamentos. A tradução das nomenclaturas revela o que, realmente, pode ter provocado as tragédias.

Colisão frontal pode estar ligada a ultrapassagem mal planejada, velocidade incompatível, tráfego na contramão ou ao fato de o motorista ter dormido ou sentido mau súbito. A explicação é do chefe da Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais, inspetor Aristides Amaral Júnior.

Ele também observa que, em caso de colisão traseira, o mais comum é que o condutor esteja em velocidade que não lhe permite parar em caso de retenção no tráfego. "Pode não conseguir parar por falta de atenção, por não manter distância, por estar com excesso de peso ou por perder o freio", disse.

A saída de pista, segundo o inspetor, é por erro humano em quase todas as situações, "a não ser que tenha muito óleo na pista, por exemplo". A batida transversal - no meio do veículo - ocorre porque "alguém errou", diz o policial, atravessando a pista de forma incorreta. Por fim, nos atropelamentos, conforme o inspetor, quase sempre, a culpa é dos pedestres, que atravessam a pista sem atenção.

A Polícia Rodoviária Estadual também fez levantamento sobre as causas presumíveis dos dez acidentes que provocaram 15 mortes. Em quatro deles, teria havido falta de atenção, em dois, avanço de sinal, e, em três, má visibilidade, invasão da contramão e defeito mecânico.

De acordo com o adjunto da Diretoria de Meio Ambiente e Trânsito da Polícia Militar, tenente Geraldo Cardoso, os acidentes acontecem pela soma de três fatores - homem, máquina e via -, mas "o homem é a principal causa". Ele acrescenta outro motivo, a imprudência de motoristas diante de estradas com melhor conservação. "Com bom pavimento, eles (os condutores) estão acelerando mesmo".

Por trás dos números e das diferentes classificações dos acidentes nas estradas, estão histórias e vidas. As de três pessoas da mesma família foram interrompidas em um trecho da BR-381, uma rodovia duplicada, em São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, no último domingo. Valdemir Reis do Nascimento, 26 anos, a esposa Ana Paula Gonçalves, 25 anos, e a filha do casal, de 5 anos, morreram no local, depois de o carro em que estavam ter sido atingido de frente por uma carreta.

De acordo com a dona de casa Fernanda Pereira Peres Paiva, 22 anos, prima de Ana Paula, o caminhão veio embalado, perdeu o controle, atravessou a mureta que dividia as duas pistas e pegou o Palio em que a jovem estava com a família. "Está todo mundo muito revoltado. Ninguém acredita no que acontece. Todos acham que foi muita imprudência", afirmou. Para ela, o motorista da carreta, que saiu ileso da batida, estaria em alta velocidade ou teria dormido ao volante porque não conseguiu parar o veículo. O local, conta Fernanda Paiva, é uma reta.

Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/mortes-nas-estradas-mineiras-poderiam-ser-evitadas-1.25844

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