segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010.01.04 - Trânsito lento na volta do feriadão violento - Estado de Minas

Beto Novais/EM/D.A PRESS20100103215033595 Na BR-381, jovens aproveitam extensa fila de carros para ganhar dinheiro vendendo água mineral

Ao menos 71 pessoas morreram no recesso entre Natal e réveillon, um dos mais trágicos de MG nos últimos anos

Landercy Hemerson

RODOVIAS

A volta para casa exigiu muita paciência dos motoristas e passageiros. Na BR-381, chegada do litoral capixaba, entre as 12h e as 18h de ontem, foram cerca de 10 mil veículos chegando, com média de 25 por minuto passando em frente ao posto da Polícia Rodoviária Federal em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Como o trecho entre a capital e João Monlevade não é duplicado, as viagens demoram o dobro de tempo. Na BR-040, trecho BH/Brasília, duas batidas em Sete Lagoas, na Região Central, provocaram engarrafamentos. A triste marca desse período das festas de Natal e ano-novo é que pelo menos 71 pessoas morreram em acidentes nas rodovias estaduais e federais em Minas, das quais duas ontem. Somente entre 24 e 27 de dezembro, foram 41 mortes, sendo 31 nas BRs e 10 nas estradas mineiras.

O inspetor Aristides Júnior, da PRF, comemorou o fim das chuvas no retorno dos quase 500 mil motoristas que, segundo ele, deixaram o estado desde o dia 24.  “No feriado do ano-novo, entre 31 de dezembro e 3 de janeiro, devemos ter um número de mortes abaixo do registrado nos quatro dias da operação no Natal. Ainda não dá para dizer o mesmo em relação ao réveillon de 2008/2009. Acredito que nossos alertas constantes e a fiscalização, somados à melhora das condições do tempo, contribuíram para redução da violência”, comentou.

Com trânsito lento na volta para casa, ontem foram registrados até o começo da noite dois acidentes graves, com mortes, e vários outros com danos materiais nas BRs. No fim da tarde e noite do sábado foram quatro mortes – duas mulheres na BR-262 em Rio Casca, na Zona da Mata; um homem na BR-116 em Frei Inocêncio, no Vale do Rio Doce; e outro na BR-050, em Araguari, no Triângulo Mineiro. Na manhã de ontem, às 8h, no km 460 da BR-040, em Sete Lagoas, morreu Cintia Gonçalves da Silva Campos, de 32 anos, passageira do Fiesta placa JGV 5931, de Brasília, que bateu de frente com a carreta Mercedes NLT 9404, de Goiânia.

No carro, ficaram gravemente feridos o motorista Robson de Souza Campos, de 43, marido de Cintia, e os filhos do casal, João Pedro, de 13, e Pedro Arthur, de 3. O carreteiro Lázaro Machado Soares, de 67, escapou ileso. O trânsito chegou a ficar fechado para resgate das vítimas e retirada dos veículos batidos, provocando enormes engarrafamentos até o fim da manhã. À tarde, um acidente sem vítimas, no km 583, no local conhecido como “Fazenda Velha”, também em Sete Lagoas, voltou a complicar o tráfego na rodovia.

Em outra batida entre um carro e uma carreta, ontem à tarde, na BR-381, uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas. O acidente foi no km 390, próximo à ponte do Rio do Una, em São Gonçalo do Rio Abaixo, Região Central, e envolveu um Citröen que bateu no veículo de carga. A pessoa morta e os feridos estavam no carro. De acordo com a PRF, a rodovia chegou a ser fechada por quase uma hora, o que resultou em fila de mais de 10 quilômetros no sentido João Monlevade/BH.

O operador de máquinas Carlos Antônio, de 48 anos, disse que estava viajando por quase cinco horas, desde que saiu de São Domingos do Prata, Região Central, no início da tarde. “O pior está a partir do trevo de Caeté”, disse Carlos. O gerente operacional Antônio Santos, de 49, protestou contra os abusos dos motoristas. “Dizem que a BR-381 é a rodovia da morte, mas o risco é provocado pela quantidade de motoristas imprudentes. E a fiscalização não existe. Só vi guardas andando de moto de um lado ao outro, sem multar ninguém”, reclamou o gerente, que disse que a viagem feita em duas horas estava durando mais de quatro. O inspetor Aristides Júnior contestou as críticas, informando que 30 policiais estavam no trecho multando os infratores, principalmente os que ultrapassam pelo acostamento ou faixa contínua. “Só eu multei sete motoristas num período de 30 minutos”, garantiu o policial.

Fonte: http://www.uai.com.br/EM/html/sessao_18/2010/01/04/interna_noticia,id_sessao=18&id_noticia=125039/interna_noticia.shtml

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