Landercy Hemerson - Estado de Minas
Luana Cruz -
Publicação: 25/10/2010 17:05 Atualização: 25/10/2010 20:45
Duas pessoas morreram em mais um acidente com veículos de cargas num dos muitos trechos sinuosos e perigosos da BR-381, entre Belo Horizonte e João Monlevade, nesta segunda-feira . A ocorrência foi no km-435, próximo ao “posto 30”, em Sabará, na Grande BH. O caminhoneiro Luiz Carlos da Silva, de 52 anos, seguia por uma descida, em direção à capital, com seu caminhão Mercedes, placa KEN 2445, de Itabaiana (SE), carregado com bobinas de papel, quando tombou ao fazer uma curva e invadiu a contramão.
O veículo desgovernado atingiu o também Mercedes, GOA 7922, de Belo Horizonte, carregado com cervejas e refrigerantes, que trafegava no sentido contrário. O condutor, Hailton Farias Ramos, de 31, não teve como evitar a batida, apesar de desviar para a direita. Os dois caminhoneiros morreram no local, esmagados pelas ferragens e as cargas de seus veículos.
Além dos caminhões, dois carros se envolveram no acidente. A costureira Vanderléia Aparecida Vieira Alves, de 37, seguia para Itabira, junto com seu marido, o operador de máquinas Carlos de Souza Alves, de 45, logo atrás do Mercedes carregado com bebidas.
“Assim que nos aproximamos do caminhão, disse para minha mulher acelerar e passá-lo, pois temia entrar ao lado dele na sequência de curvas logo à frente, onde ocorrem muitos acidentes. Foi só falar e nos deparamos com o veículo com bobinas tombando diante da gente. Desesperado, falei para ela jogar para fora da pista”, contou Carlos.
Vanderléia, por sua vez, disse que ficou em estado de choque e reagiu por instinto. “Não sabia se pisava no acelerador ou no freio. Travei e nem sei para onde joguei o meu carro, que acabou sendo atingido na lateral traseira por uma das bobinas. Quando dei conta, já tinha saído da pista e estava sobre uma ribanceira”, explicou a costureira. O casal escapou sem ferimentos.
O instrutor técnico Rafael Anacélio Valdez, que trafegava em direção a BH, também teve seu Monza atingido por uma das bobinas, que danificou parcialmente seu carro. “Eu percebi pelo retrovisor que a carga de bobina do caminhão pendeu para a esquerda quando o motorista entrou na curva. Ele já saiu tombado, o carregamento se desprendeu e as bobinas rolaram pelo asfalto. Fui até o caminhão, mas o motorista já estava morto, com seu corpo preso debaixo da carga”, disse.
A tenente Suzana Souza Braga, do 3º Batalhão dos Bombeiros, contou que o resgate do corpo de Hailton Ramos foi o mais complicado. Além do caminhoneiro ser de grande porte físico, a cabine de seu veículo ficou prensada por algumas bobinas e fardos de refrigerantes e caixas de cerveja. Os bombeiros tiveram que usar uma tesoura hidráulica para cortar a lataria.
O também caminhoneiro Israel Reis, de 26, colega de trabalho de Hailton, retornava de Ipatinga quando passou pelo local do acidente. “Não dá para acreditar numa coisa dessas. Carreguei ontem e estava retornando quando vi que o acidente envolvia um caminhão de bebidas de onde trabalho. E ao ver meu colega, um cara extremamente companheiro, cuidadoso no volante, tenho vontade de largar as estradas, pois isso poderia ter sido comigo”, lamentou.
O trânsito no trecho ficou confuso, com retenções de até dois quilômetros nos dois sentidos. O tráfego teve que ser feito de forma alternada entre os veículos retidos e, em alguns momentos, houve fechamento total da rodovia, para retirada das bobinas que se espalharam e depois dos próprios caminhões que ficaram atravessados na pista no sentido BH/João Monlevade.
Fonte: Portal Uai
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