Rodovia figura em pesquisa da CNT como uma das mais perigosas
28/10/2011 - 00h01
CNT
Trecho privatizado da BR-381 (Fernão Dias) entre BH e São Paulo é considerada a melhor estrada de Minas Gerais
IPATINGA – O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) está sem previsão de retomada da licitação para contratação, dos estudos de engenharia de dois lotes da BR-381 Norte, bem como da obra de duplicação de outros oito lotes que estão com os projetos executivos concluídos no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares.
Desde o escândalo de corrupção que derrubou o ministro Alfredo Nascimento (ele saiu do governo no dia 6 de julho) e praticamente toda diretoria do Dnit e outros órgãos ligados ao Ministério dos Transportes, os processos de licitação foram colocados sob avaliação e até agora não há previsão de quando serão liberados.
As licitações – da obra de duplicação e dos estudos de engenharia faltantes - não chegaram a ser lançadas, mas ainda assim foram colocados em avaliação pelos novos diretores do Dnit e Ministério dos Transportes, segundo informou nesta quinta-feira a assessoria do órgão federal em Minas Gerais.
Enquanto isso, a BR-381 Norte figura entre as estradas mais perigosas do País, segundo confirma a 15ª Pesquisa CNT de Rodovias 2011, divulgada na quarta-feira (26) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A pesquisa mostra que 12,6% da malha são considerados ótimos; 30%, bons; 30,5%, regulares; 18,1%, ruins; e 8,8% estão em péssimas condições. O trecho da BR-381, entre Belo Horizonte e o Vale do Aço, figura entre os trechos apontados no estudo como o mais perigoso em termos de ocorrência de acidentes fatais.
O estudo da CNT cita relatório do próprio Dnit, que elenca os locais concentradores de acidentes, quanto ao número de ocorrências com mortos ocorridos. E a rodovia mais perigosa é a BR-381 Norte em Minas Gerais. Nessa estrada, foram registrados, só em 2010, 1.237 acidentes com feridos e 113 com mortos. A BR-101, no Espírito Santo, é a segunda colocada no ranking de periculosidade, apresentando 94 acidentes com vítimas fatais em 2010.
Nesta edição do levantamento foram avaliados 92.747 km, o que representa 100% da malha federal pavimentada, as principais rodovias estaduais pavimentadas e as concedidas. São 1.802 km a mais do que o analisado na pesquisa anterior.
Cenário
Segundo o estudo da CNT, dos 14.176 quilômetros percorridos nos trechos rodoviários em Minas Gerais, 58,5% se encontram em condições regular, ruim ou péssima e 41,5% foram considerados em bom e ótimo estados, ideais para que as pessoas possam viajar mais tranquilas.
Em relação à BR-381, o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, afirma que os motoristas vivem entre o céu e o inferno em uma mesma rodovia. Isso porque a BR-381 no trecho privatizado, entre Belo Horizonte e São Paulo é considerado, na pesquisa, o melhor do estado. Tem conceito ótimo, no estudo. Entretanto, o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, de tão ruim e perigoso é chamado de Rodovia da Morte.
A solução, que seria a duplicação do trecho Norte está parado atualmente, depois do estudo de viabilidade técnica. A obra, dividida em dez lotes, tem oito trechos já com os estudos de engenharia com concluídos e outros dois por fazer ainda. À véspera do lançamento das contratações das primeiras obras, o escândalo no Ministério dos Transportes paralisou todos os processos.
O técnico da CNT, Bruno Batista, lembra que as rodovias federais que passam por MG têm uma pequena evolução positiva e faltam investimentos públicos. Entre 2008 e 2011 o Brasil investiu em rodovias R$ 9,85 bilhões, equivalentes a 0,26% do Produto Interno Bruto (PIB), quando o ideal é que fossem investidos R$ 405 bilhões. A média de investimentos da China chega a 10%, a Índia 8% e a Rússia 7%, todos países em desenvolvimento, como o Brasil.
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Trecho privatizado da BR-381 (Fernão Dias) entre BH e São Paulo é considerada a melhor estrada de Minas Gerais
Fonte: Diário do Aço
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