terça-feira, 18 de outubro de 2011

O que está por trás dos números estarrecedores de mortes em rodovias de MG?

Os números estarrecedores de mortes em rodovias de Minas Gerais trazem uma mensagem para a sociedade e sobretudo para os governantes, acostumados a transferir para o cidadão a conta da carnificina como se as pessoas pudessem prever tragédias e evitá-las sempre.

No entendimento da maioria das pessoas a culpa pelo "genocídio rodoviário" é da imprudência. Este é o resultado do olhar superficial que o governo adora ouvir e que endossa a omissão, a prevaricação e a negligencia de quem deveria ter atitudes pró-ativas.

Considerando que maioria dos acidentes com mortes aconteceram por colisões frontais, que poderiam ser evitadas se nossas rodovias fossem seguras e tivessem pistas independentes, separadas por barreiras físicas de concreto ou aço ou mesmo por canteiros centrais com caixas de desaceleração entre as pistas, o motorista é apenas parte de um conjunto de erros, cuja o maior responsável é o governo.

Nota-se que a via utilizada para o entendimento do fenômeno segue a rota mais curta para justificar a carnificina.

Nenhum motorista sai de casa pensando em matar ou morrer. Acidentes ocorrem por diversos motivos que nem sempre podem ser atribuídos a imprudência.
O Brasil produz veículos cada vez mais potentes e as nossas estradas continuam as mesmas de 60 anos atrás, com pistas simples, estreitas, curvas fora de padrões de segurança, inclinações maiores do que o permitido, falta de sinalização, falta de áreas de escapes e até ausência de acostamentos em boa parte delas. Tudo contribuindo para que os acidentes ocorram.

Se os veículos não podem ser acelerados, como na Europa, EUA ou na Azia, eles não deveriam ser produzidos. É nas estradas que as pessoas costumam acelerar seus carros, já que nas cidades isso não é possível. Na Alemanha a média de velocidade na Autoban é de 170km/h e os índices de acidentes lá são 70% menores do que no Brasil. Uma prova de que não é a velocidade a vilã da história, mas a estrutura das Rodovias.

Esperar consciência de todos é acreditar em conto de fada. Os imprudentes existiram, existem e sempre existirão. Cabe ao Estado dar aos que cumprem suas obrigações ao volante, proteção, contra aqueles que não cumprem. Até por que, todas as vezes que um imprudente se envolve em um acidente, ele acaba levando com ele um motorista que estava dentro da lei, e por vezes a sua familia.
Com efeito, o discurso de que tudo é culpa dos imprudentes, não provoca efeitos positivos, ao contrario, deixa os agentes públicos cuja tarefa é zelar pela boa condição de trafegabilidade das estradas, inertes e sem a sua parcela de responsbilidade. Se campanhas, radares e apelos resolvesse o problema, os acidentes estariam diminuindo e não aumentando como estamos assistindo.

Instalar radares, caçar carteiras, punir motoristas é apenas uma ação que precisa vir acompanhada de dezenas de outras, sendo a reforma de rodovias a principal delas e a mais urgente.

José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos e Transito
ONG SOS Rodovias Federais
31 9953 7945
CRA MG 0094 94

3 comentários:

  1. Parabéns pelo excelente texto. No entanto, ainda não responde a pergunta que não quer calar.Afinal de contas, por que não duplicam a danada da rodovia? Que mistério é esse?

    ResponderExcluir
  2. Bom dia execelente texto. Concordo que mistério é
    esse?
    Mistério da corrupção, o que ainda poucos notaram é que essas tragédias dão muito dinheiro
    para alguns, estamos diante de uma serie de problemas este trageto se tornou uma fonte de renda "dinheiro facil"que fique bem claro que não estou acusando ninguém, somos verdadeiros refens do medo enquanto estivermos de braços cruzados aguardando a uma possível duplicação vai permanecer do jeito que esta, não devemos esperar que o Governo tome uma decisão por si proprio temos que nos unir e fazer alguma coisa
    afinal de contas o governo somos nos são os nossos intereces que estão em jogo é a nossa vida que esta sendo exposta vamos unir nossas forças para que no dia de amanhã não "passamos
    de ser humano para número" pois todas essas vidas pedidas nesta Rodovia para o governo se tornou apenas numeros.
    E para resaltar eu não vejo essa Rodovia como (rodovia da morte)e sim Rodovia da VIDA pois através dela passa todos os dias, desenvolvimeto para nos e nossos filhos, alimento para todo o Brasil, combustiveis para alimentar empresas e casas, passa alegria, através dela tem pessoas onestas que tiram seu sustento, a pessoas que dependem dela para ir trabalhar, para viajar se divertir, para descansar, são transportadas não somente cargas mais sim cultura, saldaude, amor,
    historias facinantes, então quando falamos de 381
    estamos falado não somente de uma simples rodovia de todo um país. Rodovia da Vida da nossa vida.
    Bernardo de sena costa,
    trevo de Caeté mais uma vida que passa e depende desta rodovia.

    ResponderExcluir
  3. Bernardo de sena costa24 de outubro de 2011 às 09:04

    Bom dia acabo de presenciar uma morte por atropelamento no trevo de caeté um senhor
    de aprocimadamente 60 anos foi atingido por
    um condutor de um fiat uno way e esta neste momento agardando a chegada da policia civil
    mais uma tragica historia da nossa rodovia 381.
    quando isso vai parar meu dia de serviço ja começou desta forma quantas vidas teram que ser perdidas para que alguem faça alguma coisa?

    ass:bernardo de sena.

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...