domingo, 23 de outubro de 2011

Interdição de Ponte diminuiu número de mortos na BR-381

Paulo Filgueiras/Estado de Minas  geral41Engarrafamentos contribuíram para diminuir imprudência dos motoristas

Informações divulgadas essa semana pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que a interdição da estrutura da ponte sobre o Rio das Velhas, em Sabará, conseguiu diminuir o número de mortos em acidentes na BR-381. Antes, nem mesmo os 24 radares instalados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) ao longo da “Rodovia da Morte”, trecho de 110 quilômetros da BR-381 entre BH e João Monlevade, tinham conseguido diminuir o número de fatalidades. Um balanço feito pela PRF aponta que, no período de janeiro a agosto de 2010, foram registradas 67 mortes na estrada, contra 54 mortos no mesmo período deste ano, número 20% menor. Desse total, 38 mortes teriam ocorrido antes da Semana Santa, em abril, quando parte da estrutura da ponte cedeu e o tráfego foi interrompido. Ainda segundo a PRF, a interdição chegou a provocar engarrafamentos de mais de 30 quilômetros, porém as baixas velocidades a que foram submetidos os motoristas contribuíram para redução das mortes em 13 registros até 31 de agosto. Em entrevista ao jornal Estado de Minas, o especialista em transporte e trânsito, Paulo Rogério da Silva Monteiro, apontou que a combinação de radares com a restrição de trânsito sobre o Rio das Velhas criou um padrão de tráfego que reduziu a gravidade dos acidentes. “O trânsito intenso e pesado cadenciou a circulação na forma de pelotões. Longas filas de veículos atrás de caminhões e carretas lentas deixaram menos espaço para ultrapassagens perigosas. É diferente de uma pista de tráfego disperso, com lugar para imprudência dos motoristas”, avaliou. A redução no número de óbitos na BR-381 influenciou diretamente no saldo geral deste ano nas demais estradas federais. Entre janeiro e agosto de 2011, houve uma diferença de 20 registros se comparado ao mesmo período de 2010, quando foram registradas 857 mortes. Por outro lado, o chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nilson Tadeu Ramos Nunes, informou que, com a inauguração da nova ponte, a tendência é que o número de mortes volte a subir. Nilson destaca que, para que o índice de mortes continue em queda, é preciso fiscalização rigorosa e punição dos motoristas que excedem o limite de velocidade. Além disso, o professor também revela que somente a duplicação será capaz de resolver o problema dos acidentes. “Com a duplicação, o traçado atual, que tem mais de 50 anos, poderá ser atualizado e resolver a questão das colisões frontais. Nosso grande problema é que a frota aumentou, os carros ganharam potência e as estradas não se desenvolveram”, concluiu. As obras de duplicação, porém, ainda parecem longe de se tornar realidade. Segundo o Dnit, o projeto executivo para ampliação do trecho da BR-381 que liga Belo Horizonte a São Gonçalo já estariam concluídas. Já o trecho de São Gonçalo a Governador Valadares ainda estaria em fase de elaboração do projeto.

Fonte: A Notícia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...