Testemunhas deixaram de anotar placa de carro que forçou ultrapassagem e provocou tragédia na Rodovia da Morte
30/09/2011 - 00h05
ReproduçãoCom a batida, os carros se incendiaram, deixando duas vítimas carbonizadas, Amarilo Campos Evaristo (E) e Antônio Eustáquio Pinto
PARAÍSO – Somente na manhã dessa quinta-feira (29) foram confirmadas as identidades de todas as vítimas do trágico acidente do fim da tarde de quarta-feira (28) no km 231 da BR-381, em Santana do Paraíso. Duas pessoas morreram e duas ficaram feridas.
O acidente envolveu duas carretas e um GM Celta, que ficou totalmente carbonizado. Por causa do incêndio, houve dificuldades na identificação do veículo e das vítimas. De acordo com testemunhas, a carreta de placas JRG-4787, de Itabuna (BA), seguia em direção a Governador Valadares quando o seu motorista foi obrigado a reduzir a velocidade para evitar o choque com um veículo que havia acabado de efetuar uma ultrapassagem. O motorista desse carro teria fugido sem deixar pistas. Com a freada, o caminhão atravessou a pista, pegando em cheio o GM Celta placas HMR-4510, que se deslocava no sentido contrário.
Na sequência, o motorista Antônio Eustáquio Pinto, da carreta de placas JRM-4049, de Candeias (BA), que ia em direção a Ipatinga, tentou desviar, mas também atingiu o Celta e a outra carreta. O incêndio começou imediatamente.
A equipe do Corpo de Bombeiros identificou, mais tarde, o motorista do Celta, morto no acidente, como Amarilo Campos Evaristo, 45 anos, morador do bairro Bethânia, em Ipatinga.
O motorista da carreta de Candeias foi identificado como Antônio Eustáquio Pinto, 41 anos, residente no bairro Barreiro de Baixo, em Belo Horizonte. O motorista da carreta de Itabuna, Marlon Franca, 31 anos, foi socorrido, atendido no Hospital Márcio Cunha e liberado. O carona da carreta de Candeias, Reginaldo Silva Costa, 38 anos, também sobreviveu. Trabalharam no acidente a equipe do Corpo de Bombeiros de Ipatinga e a Polícia Rodoviária Federal.
Reconhecimento
A filha do motorista Antônio Eustáquio Pinto, Kaylla Rosângela Ferreira, contou nessa quinta-feira que recebeu a notícia da morte de seu pai pelo cunhado, que também trabalha na mesma empresa de transportes. “Confirmamos o nome e nos deslocamos imediatamente de Belo Horizonte para o IML de Ipatinga, para fazer o reconhecimento. É o meu pai mesmo. Eu estava com tanta expectativa que não fosse ele. Não dá para acreditar. Ele é motorista há 45 anos e nunca sofreu acidente. A gente se falava durante todo o dia. Ele não tinha vício algum e não se divertia muito, porque gostava da estrada e de trabalhar”, contou a mulher, entre lágrimas.
Emocionada, Kaylla ressaltou ainda que seu pai não tinha costume de dar carona a ninguém. “Acho que foi uma infelicidade deste rapaz que pegou carona com ele. Meu pai saiu para fazer o carregamento em Teófilo Otoni e nos falamos na terça-feira (27) pela última vez. Nós somos três filhos e tínhamos somente ele, pois a nossa mãe morreu no mês de agosto”, lamentou.
O corpo de Antônio Eustáquio será enterrado no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte, nesta sexta-feira. A perícia da Polícia Civil deverá emitir um laudo sobre o acidente dentro de 30 dias.
Fonte: Diário do Aço
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