quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mais 4 vidas perdidas - Estado de Minas

Irmãos, avó e motorista morrem em acidente na BR-381, em São Gonçalo do Rio Abaixo. Carro invadiu a contramão e se chocou com carreta, atirada num abismo de 60 metros

Pedro Ferreira

Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS20110126234822828O Meriva que levava a família do aeroporto de Confins a João Monlevade, pela Rodovia da Morte, foi destruído com o impacto do acidente

O retorno das férias foi trágico para os irmãos Lucas, de 11 anos, e Luiz Heringer Walther, de 8. Os dois e a avó, a estudante de nutrição Noadi Bastos Melo Heringer, de 66, e o motorista que os transportava num Meriva de João Monlevade, Geraldo José dos Santos, de 57, morreram num acidente na manhã de ontem, no km 393 da BR-381, trecho conhecido como Rodovia da Morte, em São Gonçalo do Rio Abaixo, Região Central do estado. O carro bateu de frente numa carreta de Formiga, cujo condutor saiu ileso.

As crianças tinham passado um mês com o pai, na Alemanha, e uma semana com uma prima, na Itália. A avó e o motorista haviam saído de João Monlevade, Vale do Aço, para buscá-los no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A mãe das crianças, Sílvia Heringer, médica e professora da Faculdade de Medicina de Ipatinga, que também havia chegado da viagem em avião, seguiu em outro veículo, por haver muitas malas. Na volta, a minivan invadiu a contramão e bateu de frente no caminhão, sendo quase inteiramente destruída. Uma das hipóteses, de acordo com a perícia, é de que o motorista tenha cochilado numa subida em curva. Pelas marcas de pneus no asfalto, ele ainda tentou frear, mas atingiu a contramão.

O impacto arrancou o eixo dianteiro da carreta, que ficou descontrolada e caiu numa ribanceira de 60 metros de altura. A cabine teve estragos parciais, mas Ramon Alves Pereira, de 34, não sofreu nem mesmo um arranhão. Ele, porém, entrou em estado de choque e foi socorrido no Hospital Margarida, em João Monlevade. Seu tacógrafo marcava 60km/h, velocidade compatível com a máxima permitida no local, de 80km/h.

Peças do motor da Meriva ficaram espalhadas no asfalto. A pulseira do relógio de uma das vítimas foi parar a mais de 10 metros de distância. A destruição do automóvel foi tamanha, que não foi possível recolher os documentos das vítimas no porta-luvas, compartimento que desapareceu em meio às ferragens retorcidas.

O sobrinho de Noadi, o médico Lassyr D’Ávila Heringer, de 71, inconformado, juntava os pertences no asfalto e na vegetação às margens da BR. “As crianças e a mãe ficaram uma semana na casa da minha filha, na Itália, depois que deixaram a Alemanha”, contou, entre lágrimas. Depois, fez um desabafo: “Nem duplicação vai dar jeito nesta estrada. Ela precisa ser reconstruída para parar de matar. É o preço que pagamos pela falta de investimento dos governos passados e dos atuais. A insensibilidade dos nossos políticos é terrível, não tem explicação”, afirmou.

O acidente provocou engarrafamento de vários quilômetros nos dois sentidos da BR-381. Às 9h, a estrada foi totalmente fechada para retirada dos corpos das vítimas e limpeza da pista. Às 11h, o trânsito ainda era lento.

FÉRIAS O assessor de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Aristides Júnior, informou que não haverá operação especial para o retorno das férias. “A volta das férias escolares será alternada. As pessoas geralmente não retornam no mesmo dia. O movimento começa neste domingo e continua durante a semana. Cada delegacia da PRF fará seu reforço, de acordo com a necessidade”, disse o inspetor. Já a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) aumentará em 30% o policiamento nas estradas estaduais, de amanhã a 3 de fevereiro. De acordo com o comandante do Batalhão de Polícia Rodoviária, tenente-coronel Sebastião Emídio, haverá radares e bafômetros para conter o excesso dos motoristas.

Fonte: Estado de Minas

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