Passagem lenta em pontes provisórias na BR-381, protesto na 040 e queda de peça gigante em São Gonçalo do Rio Abaixo travam estradas na saída para o descanso de Corpus Christi
Thobias Almeida
Bell Silva/Esp.EM/D.A Press
Acidente com carreta que levava estrutura para ponte causou enorme retenção até o fim da noite
A cada feriado, a repetição dos transtornos se transforma numa dor de cabeça para aqueles que planejam passar os dias de descanso longe de Belo Horizonte. Ontem, longas filas de carros dominaram a paisagem em rodovias como a BR-381 e 040. Desta vez, as retenções foram causadas por acidentes, protestos e pela complicada situação das pontes provisórias instaladas na saída da capital rumo ao Vale do Aço, Governador Valadares e Espírito Santo. A situação mais grave foi provocada pela queda de uma peça de aço no km 364 da BR-381, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central do estado.
Por volta das 16h de ontem, parte da estrutura caiu na pista depois de a carreta que saiu de Ipatinga, no Vale do Aço, na tarde de terça-feira, passar com as rodas traseiras direitas numa canaleta. Houve torção da carroceria. A peça mede 53 metros e pesa 70 toneladas. A estrada ficou bloqueada no sentido Belo Horizonte. A estrutura de aço será usada na construção da ponte definitiva do Rio das Velhas, em Sabará, na região metropolitana.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) passou a operar o tráfego no local de forma alternada, o que gerou retenções quilométricas. O congestionamento já havia chegado a quatro quilômetros nos dois sentidos da BR. Até o início da noite não havia previsão de remoção da carga. A PRF informou que dois caminhões- guincho tentariam executar o trabalho. A previsão é de que a rodovia seria fechada e só liberada por volta da meia-noite.
No trecho da BR-381 afetado pelos problemas com a ponte do Rio das Velhas, a situação era um pouco mais animadora, mais ainda assim ruim. Como a velocidade para cruzar as estruturas provisórias é limitada a 40 km/h, o grande volume de veículos fez com que o tráfego fluísse vagarosamente em ambos os sentidos da estrada. Para quem saía de da capital, a lentidão era sentida ainda no Anel Rodoviário. Os que chegavam a BH tinham a paciência testada já nas imediações da barreira da PRF, em Sabará.
Na BR-040, em Congonhas, moradores fecharam as duas pistas da rodovia por quase duas horas na tarde de ontem. O protesto reivindicava a construção de uma passarela. O trânsito foi liberado por volta das 17h, mas os reflexos da manifestação permaneceram. Novamente, longas filas de carros.
O prefeito de Congonhas, Anderson Cabido, decretou ontem situação de emergência em toda a extensão da BR-040 que margeia o município. A medida cria condições para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) autorize a construção, em situação emergencial, da passarela na Comunidade do Pires. No sábado, duas moradoras foram atropeladas ao tentarem atravessar.
O movimento na BR-040 na saída da capital era intenso no início da noite, mas não apresentava retenções. Já na BR-381, saída para São Paulo, o tráfego fluiu sem transtornos.
Análise da notícia
O Brasil parece um país condenado a viver tropeçando em erros. Equívocos que, ano após ano, se repetem na área pública. Erram os que administram e paga aqueles por quem os governos deveriam zelar: o cidadão comum. É esse quem vai para a estrada enfrentar mais um feriado infernal, especialmente na saída da BR-381 para Governador Valadares. A ausência de planejamento, a falta de cuidado e o distanciamento da missão de governar é que são responsáveis por situações em que impera o caos. Que o exemplo dessa ponte sobre o Rio das Velhas, em Sabará, que causou e ainda causará muita dor de cabeça, sirva como lição para escolhas corretas no futuro. (Eduardo Murta)
Fonte: Estado de Minas
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