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Palco de acidentes: Protesto parou o trânsito no trevo de Itabira
DA REDAÇÃO – A mobilização popular pela duplicação da BR-381 Norte, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, chegou ontem ao sexto ato público em busca de respostas para o projeto de modernização da rodovia.
O Movimento SOS Estradas Federais de MG organizou a mobilização, com a participação de representantes de 27 municípios no trajeto da rodovia. O local da paralisação de ontem, o trevo de Itabira, é marcado por constantes acidentes, causados principalmente pelo traçado inadequado do trevo e a falta de conservação.
Políticos e lideranças de entidades organizadas de Itabira, Bom Jesus do Amparo, Santa Maria de Itabira, São Gonçalo do Rio Abaixo, Barão de Cocais, João Monlevade e Caeté participaram do ato público. Para informar sobre o objetivo da paralisação, a mobilização contou com faixas, cartazes e culto ecumênico.
A expectativa é que as obras de duplicação da estrada comecem em 2013, caso não ocorram novos atrasos na conclusão dos projetos executivos e depois nas licitações dos dez lotes em que foi dividida a ligação entre a capital mineira e Valadares.
O Dnit cuida neste momento da contratação dos projetos executivos e, dentro de um ano, se tudo sair conforme o planejado, serão conhecidos os projetos de engenharia. Fazer as licitações e as contratações para a ordem de serviço é outra etapa, que depende principalmente do orçamento, algo que não existe no momento.~
Mobilização
Especialista em trânsito, transporte e assuntos urbanos e dirigente do Movimento SOS Estradas Federais de MG, José Aparecido Ribeiro afirma que, ao chegar ao sexto ato público, a mobilização pela reconstrução da BR-381 Norte já tem alguns pontos marcantes.
O primeiro deles é que até seis meses atrás a culpa dos acidentes era atribuída exclusivamente aos motoristas e hoje houve uma mudança nesse enfoque. “Admite-se que a culpa é também de uma estrada com engenharia ultrapassada, de 52 anos atrás, e que não atende mais aos veículos que nela transitam”, afirma.
Outro ponto destacado por Ribeiro é o amplo entendimento da sociedade que não se pode falar mais em simples duplicação. É preciso fazer a modernização da estrada, com a reconstrução de vários trechos.
Solução está em Brasília
Em relação à nova previsão de início das obras da BR-381 somente a partir de 2013, o dirigente do SOS Estradas Federais de Minas Gerais, José Aparecido Ribeiro, afirma que o Ministério dos Transportes está omisso em relação ao assunto. “O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, dificilmente vem a Minas Gerais, e ele deve uma satisfação ao Estado”, argumenta.
Aparecido Ribeiro lembra que as estatísticas da BR-381 por si já são representativas da situação da rodovia. Prova disso é que, em 2008, 138 pessoas morreram em acidentes no trecho entre Governador Valadares e Belo Horizonte.
“Esse número refere-se a vítimas que morreram na hora. Se forem contados os feridos que morreram depois ou a caminho do atendimento médico, chegaremos a 277 vítimas”, registra.
Aparecido também admite que as mobilizações locais já não resolvem mais. O que falta é a continuidade no processo da duplicação da BR-381 em Brasília e isso compromete os resultados. “A BR-381 é um caso de segurança nacional. Não é um problema de Ipatinga, de Caeté, João Monlevade ou Governador Valadares. Vai além de Minas Gerais”, entende.
A solução possível, destaca Aparecido Ribeiro, está em Brasília. No entendimento do dirigente, é preciso que alguém, em algum momento, chegue para o presidente da República e para o ministro dos Transportes e os convença da gravidade da situação da Rodovia da Morte. “Eles precisam entender que esse não é um assunto cotidiano e, a partir dessa consciência, ajam com determinação para que o projeto da duplicação de fato ande”, conclui José Aparecido Ribeiro.
Fonte: http://diariodoaco.com.br/noticia.php?cdnoticia=25364
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