sexta-feira, 21 de agosto de 2009

2009.08.21 - Rodovias com mais acidentes em Minas receberão 320 radares - Jornal Hoje em Dia

Augusto Franco
Repórter

As três rodovias federais mais perigosas do Estado – as BRs 040, 116 e 381- deverão receber a maior quantidade de radares de controle de velocidade de veíulos até janeiro. As rodovias terão, respectivamente, 92, 72 e 44 equipamentos de fiscalização eletrônica, que devem começar a funcionar até a primeira quinzena de janeiro de 2010. O edital de licitação dos novos radares em todo o país será publicado hoje, no Diário Oficial da União. O processo será coordenado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e as propostas devem ser apresentadas até 8 de outubro. Para especialistas, no entanto, tão importante quanto a reativação dos radares – desativados há dois anos – é a escolha exata dos locais onde eles funcionarão.

Além dos 2.260 radares fixos - instalados na forma de redutores de velocidade nas vias que cortam as principais cidades do país e na zona rural - o edital prevê a compra de 446 radares móveis, que serão distribuídos para a Polícia Rodoviária Federal nos estados. Entre os radares fixos, Minas terá 320, que equivalem a 14,1% do total das máquinas. A distribuição dos radares móveis por Estado ainda não foi divulgada.

“Os radares funcionam como medida na redução de acidentes. Mas, para isso, devem ser instalados em locais onde realmente vão prevenir, como na entrada de curvas perigosas, e não em retas, onde o motivo é claramente apenas arrecadatório”, defende o engenheiro especialista em Mobilidade Urbana e professor de Engenharia de Trânsito da UFMG, Ronaldo Guimarães Gouvêa.
O especialista afirma ainda que trechos mais sinuosos, como a BR-381 entre Belo Horizonte e João Monlevade - apelidado pela própria PRF como “Rodovia da Morte” - e os mais antigos, como a BR-040 entre BH e Conselheiro Lafaiete, devem ter prioridade na fiscalização.

“Os Estados Unidos têm uma das melhores políticas de controle de acidentes exatamente graças a seu sistema de fiscalização, com muitos radares fixos e móveis. Infelizmente, no mundo todo, o órgão mais sensível do ser humano é o bolso”, diz o professor.
Segundo ele, a fiscalização eletrônica é tão eficiente quanto a feita por fiscais, como a Polícia, mas a população não pode associar as multas apenas à arrecadação, mas também ao perigo de acidentes. “A multa deve ser didática”, defende.

Segundo informações do Dnit e da PRF, as estradas federais que cortam Minas somam cerca de 11 mil quilômetros. É a maior malha rodoviária federal, seguida pelo Rio Grande do Sul, onde as rodovias federais somam pouco mais de 4 mil quilômetros.

Considerando-se apenas os radares fixos, o Estado teria cerca de um radar a cada 35 quilômetros, quantidade considerada suficiente pelo professor de engenharia do trânsito. “Agora cabe às autoridades distribuir bem estes equipamentos”, diz.

De acordo com o diretor geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, com a instalação dos equipamentos, serão monitoradas 5.392 faixas de trânsito. Cada radar móvel tem a capacidade de controlar a velocidade dos carros por até três quilômetros.

Locais onde havia outros radares

A licença de exploração é válida pelo prazo de cinco anos, e os novos locais definidos pelo edital são, em muitos casos, coincidentes com locais onde outros radares já existiam. “A implantação e operação do sistema de controle de velocidade totaliza investimentos de R$ 1,4 bilhão, previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, afirma o diretor.

Apesar de não existirem dados sistematizados sobre mortandade estrada por estrada em Minas, dados da Polícia Rodoviária Federal apontam que a quantidade de acidentes nas vias preocupa. Só durante as férias de julho, o número de mortes passou de 89 para 116, um aumento de 30,3% de 2008 para 2009.

A quantidade de acidentes também foi alta nos trechos vigiados pela PRF. Em julho do ano passado foram contabilizados 1.950 acidentes, contra 2.086 neste ano, representando aumento de 6,9%. Tradicionalmente nos meses de férias, o número de carros que passam pelas rodovias cresce entre 20% e 25%.

Só no feriado de Corpus Cristi deste ano foram oito mortes, das quais quatro na BR-116, a Rio Bahia. Nos mesmos três dias, quatro pessoas morreram na BR-381. Apenas nas duas primeiras semanas deste mês, pelo menos seis pessoas morreram em acidentes na BR-040, entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafayete.

As obras para a construção do traçado alternativo que vai dar acesso ao novo viaduto Vila Rica estão aceleradas, e devem ser inauguradas até dezembro, segundo informações do Dnit.

Mesmo com o novo traçado e obras de restauração, a maior parte dos 92 radares instalados na BR-040 ficará entre os quilômetros 439 (Belo Horizonte) e 678 (Curvelo). O trecho entre Juiz de Fora, quando a estrada é privatizada, e Belo Horizonte, terá quatro lombadas eletrônicas. Os locais exatos dos radares que serão instalados podem ser conferidos no site do órgão (www.dnit.gov.br).

A concorrência pública ocorre sob o regime de empreitada por preço unitário, na forma “técnica e preço” e está dividida em 12 lotes. Para participar, as empresas terão que comprovar que possuem técnicos capacitados e que têm capacidade operacional para garantir o funcionamento do sistema no período previsto. As empresas que eventualmente vençam em mais de um lote da concorrência terão que contar com equipes distintas para operação em cada um deles.
O edital trará a quantidade e os locais exatos dos radares no Anel Rodoviário. Parte dos dez equipamentos que estão desativados será reabilitada.

Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/v2/index.php?sessao=10&ver=1&noticia=9976

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