FREDERICO HAIKAL 
Fechamento da rodovia durou 35 minutos e congestionamento chegou a cinco quilômetros
Cerca de cem pessoas participaram da manifestação, promovida todo dia 13, em homenagem às vítimas de acidentes
Gabi Santos - Repórter - 13/11/2009 20:25
Em benefício de quem viaja pelas rodovias e em homenagem às centenas de mortos e feridos em acidentes, moradores e políticos de Caeté, Itabira, Nova União, São Gonçalo do Rio Abaixo e João Monlevade, na Região Central, voltaram a bloquear o tráfego de veículos na BR-381, na ligação da capital com João Monlevade, em protesto contra os constantes desastres e cobrando do Governo federal a duplicação da rodovia.
Cerca de cem pessoas, homens, mulheres e adolescentes se assentaram no asfalto e esticaram faixas em uma manifestação iniciada às 16h30 desta sexta-feira (13), no Km 413, provocando a paralisação do tráfego, nos dois sentidos. A interrupção gerou filas de veículos com mais de cinco quilômetros.
Os líderes da manifestação tinham a intenção de promover um protesto que bloqueasse a estrada até a meia-noite passada ou até as 6 horas de hoje. Convencidos por homens da Polícia Rodoviária Federal sobre os transtornos dessa iniciativa, e surpreendidos com a falta de adesão de outras centenas de pessoas que iriam participar da manifestação, os líderes, entre eles o vereador Jadson Rodrigues, o “Pardal” (PDT) de Caeté, resolveram paralisar por apenas 35 minutos.
Eles estão preocupados com a possibilidade de que o movimento se esvazie. “Tínhamos a intenção de fazer uma paralisação longa mas, com pouca gente, decidimos fazer algo mais rápido para não deixar passar a data”. Ele se referia ao acidente acontecido no dia 11 de março, perto de Caeté, onde um caminhão destroçou uma van que transportava vários estudantes que retornavam de faculdades da capital para casa.
A partir desse desastre teve início o movimento de luta pela duplicação da rodovia, considerada uma das mais perigosas do país. Só no ano passado, a PRF registrou 1.410 desastres com 138 mortos e 645 feridos.
O deputado estadual Wander Borges (PSB), outro líder do movimento, disse que “ninguém pode desistir de participar do movimento de cobrança, para que o Governo federal libere recursos para a duplicação”. Ele disse acreditar que esse objetivo seja alcançado até 2012, por causa da burocracia.
“Minha vontade é que essa luta dê resultados, para que essa situação seja resolvida”, comentou o estudante Alécio Syrio, 35 anos, que perdeu um irmão no desastre da van. A paralisação de ontem foi acompanhada por homens da PRF e da Polícia Militar de Nova União e de Belo Horizonte, que não registraram nenhum incidente durante o ato. O tráfego foi liberado apenas para ambulâncias e viaturas em serviço.
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