sexta-feira, 3 de abril de 2009

2009.04.03 - Zé Santana diz que iniciativa privada pode aproveitar projeto do Dnit de duplicação da BR 381 - DeFato Online

DivulgaçãoDeputado admite, ainda, que há possibilidade de reversão e que governo federal pode assumir a obra. "Nada é definitivo, por enquanto", afirmou. Alguns prefeitos da Amepi acreditam que discussão sobre o tema, a esta altura, já atrasa o processo e que os responsáveis querem exatamente isso
JOSÉ SANA

Na última reunião da Associação Microrregional dos Municípios do Médio Piracicaba (Amepi), realizada em 27 de março, em João Monlevade, um pensamento parecia ser consenso entre os presentes: o momento atual é impróprio para discussões sobre privatização agora ou depois da BR 381. “A hora já passou”, disse um prefeito após a reunião; “O presidente Lula quer é construir casas para os pobres e não estradas para os ricos”, complementou outro. Essa conversa foi captada por DeFato, mas os falantes pediram para não mencionar seus nomes.

O encontro de 1º de abril, realizado em Brasília, de uma comissão da Amepi com diretores da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), resultou no seguinte: a BR 381 Norte — Belo Horizonte a Governador Valadares — será privatizada em breve. Quer dizer que o projeto, em execução pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) está descartado. Serão feitos pequenos melhoramentos na extensão do trecho, incluindo término de obras em pontes inacabadas e outros reparos, entre os quais a construção do Trevo de Itabira e, logo em seguida, ocorrerá cobrança de pedágio.

DeFato falou com o deputado José Santana de Vasconcelos (PR), da base aliada do governo, que também participou do encontro em Brasília. Segundo ele, o projeto que está sendo executado pelo Dnit, de duplicação do trecho Belo Horizonte a Governador Valadares, poderá ser aproveitado pela iniciativa privada, caso fique decidida a privatização já. Segundo o parlamentar, a única mudança seria a não construção da variante de São Gonçalo do Rio Abaixo, que mudaria o percurso para Nova Era, excluindo João Monlevade.

Da reunião na ANTT participaram, além de Santana, os líderes da iniciativa no Médio Piracicaba — Raimundo Nonato Barcelos, Nozinho, do PDT (presidente da Amepi e prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo) e Dolires Machado, Dorinha, do PMDB (presidente da Câmara de Vereadores de João Monlevade); os prefeito Gustavo Prancini, do PV (de João Monlevade) e Weber Americano, do PMDB (de Dionísio) e os deputados Alexandre Silveira, do PPS (federal) e Rosângela Reis, do PV (estadual).

MAIS INFORMAÇÕES

Haverá uma reunião dos prefeitos da Amepi, a ser agendada para os próximos dias, com representantes da ANTT, cujo objetivo é explicar como funcionará o projeto pré-duplicação.

Em conversa com José Santana de Vasconcelos, na manhã desta sexta-feira, ficou esclarecido o seguinte:

— A conclusão da obra de duplicação, de Belo Horizonte a Governador Valadares, se dará em seis anos, mas é o prazo máximo. “Acredito na obra antes da Copa de 2014”.
— O projeto do Dnit, mesmo que privatizada a rodovia antes da duplicação, não será de todo descartado.
— Há possibilidades de reversão, ou seja, “nada está definido ainda, por enquanto tudo são hipóteses” ;
— O dinheiro reservado para a duplicação, originário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — R$ 1,6 bilhão — ainda está disponível para aproveitamento.
— Cabem às lideranças políticas discutirem e colocarem claras as suas opiniões.
— A reunião de técnicos da ANTT com prefeitos da Amepi poderá ser decisiva para as pretensões de todos.
— A reforma precária da rodovia seria iniciada em julho e, logo a seguir, a partida para cobrança de pedágio em quatro pontos do trecho.

DESCRÉDITO

Em 31 de março, houve audiência pública na Assembléia Legislativa. Dela participaram os deputados Mauri Torres e Ronaldo Magalhães, ambos do PSDB, e Gustavo Valadares, do DEM. O que se conclui dessa etapa é a mesma desilusão da reunião dos prefeitos da Amepi, ou seja, ninguém mais acredita na duplicação.

O governo quer ganhar tempo? Não tem dinheiro e a solução é mesmo a iniciativa privada? Esta discussão deveria ter se efetivada há cinco anos ou agora? — estas são questões que ficam no ar e que os prefeitos preferem delas se resguardar em público, deixando-a para o momento do cafezinho.

Fonte: http://www.defatoonline.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=2851

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