quarta-feira, 1 de setembro de 2010

2010.09.01 - Cargas pesadas congestionam BRs que cortam Minas – Hoje em Dia

Demanda mensal no Estado é de 50 autorizações para transporte deste tipo de carregamento, e, no país, Dnit acata mais de 570 mil pedidos

Carlos Calaes e Gabi Santos - Repórteres - 1/09/2010 - 09:49

Lucas Prates2023367378Plataforma submarina de aço pesando 12 toneladas segue de Vespasiano para o Rio, pela BR-381

Em dez anos (1999 a 2008), o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) analisou e emitiu 570.303 autorizações especiais de trânsito (AETs) para o transporte de cargas pesadas especiais na Região Sudeste. Em Minas, por mês, com o aquecimento da economia, há uma demanda de cerca de 50 requisições para transporte especial de transformadores e maquinário pesado para mineração e indústrias, segundo informou o gerente de operações do Dnit-MG, Geraldo Simões.

Pelo Sistema Integrado de Autorizações Especiais de Tráfego (Siaet), no site do DNIT (www.dnit.gov.br ), o interessado realiza todo o procedimento on line. O prazo oficial para concessão da autorização é de cinco dias úteis, mas o processo, na maioria das vezes, fica pronto em 24 horas.

Na terça-feira (31), o transporte de uma plataforma submarina de aço pesando 112 toneladas, com 33,3 metros de comprimento, 8,50 metros de largura e 4 metros de altura, construída pela empresa Delp Serviços Industriais, em Vespasiano (RMBH) para a FMC Technologies, fornecedora da Petrobras, altera, a rotina dos motoristas que trafegam pela BR-381 no sentido Belo Horizonte – Vitória e vice-versa.

Desde a zero hora de ontem, uma “centopeia-gigante” formada por dois cavalos mecânicos – um de direção e outro de tração – cada um com 20 pneus, tracionando uma 14 eixos, cada um deles com oito pneus de alta pressão, está na estrada. Ao todo, a “centopeia” tem 152 pneus em uso e outros 20 sobressalentes.

De acordo com um executivo da Superpesa, empresa fluminense responsável pelo transporte, esta é a quinta plataforma fabricada em Vespasiano. Em outubro, equipamento semelhante deverá seguir o mesmo destino. O executivo informou que a logística para um transporte dessa magnitude é bastante complexa e envolve uma análise da rodovia, pontes e viadutos do trecho a ser percorrido.

Quanto ao limite de carga, ele é estabelecido em função da capacidade máxima de 12 toneladas distribuídas por eixo. “No caso específico, a carreta tem três conjuntos de quatro eixos e um com dois, totalizando 14 eixos, cada um deles com oito pneus de alta pressão. No caso específico, a altura da carreta é de 1,60 do solo mas, dependendo da necessidade, um sistema hidráulico permite o rebaixamento da carga em até 0,80 m para passar por baixo de viadutos, por exemplo.

A concessão da AET para essa carga, informou, foi obtida em Brasília, após estudo de viabilidade do Dnit-MG. O executivo disse que as quatro plataformas anteriores seguiram pela BR-040 (BH-Rio de Janeiro). No entanto, por causa de restrição de largura em um túnel em Petrópolis, a empresa decidiu pelo transporte via BR-381.

Dois batedores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fazem a escolta da supercarga. Eles seguem à frente, numa distância aproximada de 500 metros da carreta, sinalizando para os motoristas que vêm em sentido contrário. Logo atrás da viatura da PRF está um Gol da Superpesa com sinalizador. Atrás do comboio, segue um Fiat da empresa com sinalizador giroflex ligados, para atrair atenção dos motoristas que seguem na mesma direção do comboio.

Na tarde de terça-feira (31), uma fila de veículos com cerca de cinco quilômetros acompanhou a centopeia. Como a plataforma ocupa a pista da BR-381 no sentido Vitória e meia pista no sentido contrário, houve retenção para os veículos que vinham no sentido Belo Horizonte.

Os motoristas da Superpesa, Edmundo Silvino Bonfim 62 anos e Carlos José, 64 anos, são os responsáveis pela condução das carretas. De acordo com o inspetor Aristides Amaral Júnior, da Polícia Rodoviária Federal, pessoas que forem viajar pela BR-381, BR-262 e BR-116, devem ficar atentas a retenções do tráfego. No entanto, segundo ele, de acordo com restrições previstas na legislação e o volume do tráfego, a “centopeia” poderá ficar parada durante os dias do feriadão de 7 de setembro.

A superestrutura saiu de Vespasiano e segue em direção ao Rio de Janeiro a uma velocidade que varia de 10 a 20 quilômetros por hora. Na tarde de ontem, a carga parou no trevo de São Gonçalo do Rio Abaixo e deve retomar viagem às 6 horas de hoje. A previsão é seguir pela BR-381, até João Monlevade, seguir pela BR-262 até a cidade de Realeza.

De lá, a supercarga segue pela BR-116 (Rio-Bahia). A previsão, otimista, de José Monteiro, 69 anos, coordenador de logística da Superpesa – empresa carioca responsável pelo transporte – é que a supercarga chegue ao seu destino, no Rio de Janeiro, no dia 9, quinta-feira.

No entanto, na avaliação de um engenheiro da Delp que pediu anonimato, existe a possibilidade de que, por causa do feriado, a “centopeia” só chegue ao Rio de Janeiro dentro de 15 dias. Lá, a plataforma receberá mais alguns acessórios e seguirá para a bacia de Campos, onde entrará em operação.

Segundo ele, a Autorização Especial de Transporte (AET), necessária para cargas especiais, foi obtida junto ao Dnit em Brasília (DF). “Tivemos de usar um trecho mais longo e oneroso, porém mais seguro”, disse. O coordenador de operações do Dnit em Minas, Geraldo Simões, informou que o órgão recebe, por mês, uma média de 50 pedidos de AET’s , dos quais 90% são aprovados.

O principal requisito é a segurança no transporte da carga e que o peso seja devidamente distribuídos nos eixos das carretas de transporte. Segundo Simões, os limites de peso para que não haja danos no revestimento asfáltico são previstos em legislação. Cargas especiais não podem passar nas balanças das rodovias.

Risco para quem vai viajar na 381

Com a chegada do feriadão de 7 de setembro, um dos destinos prediletos de milhares de mineiros é o litoral. No entanto, quem estiver programando uma viagem deve ficar atento para retenções comuns do tráfego nas principais rodovias federais em Minas. Mas não é só isso. Além do tráfego pesado, os motoristas devem se preparar para uma lentidão não programada, caso peguem a “centopeia” pela frente.

Apesar da expectativa otimista da Superpesa – empresa carioca que faz o transporte da plataforma submarina – de que a carga chegue ao seu destino no próximo dia 9, um atraso não está fora dos planos. De acordo com o gerente financeiro da Delp Serviços Industriais, William Lima, existe uma possibilidade real de que o transporte da plataforma sofra atrasos. “Isso vai depender da avaliação da Polícia Rodoviária Federal”, resumiu.

No Rio de Janeiro, após receber acessórios, a plataforma segue para a Bacia de Campos, onde vai funcionar no Oceano Atlântico, a uma profundidade de dois mil metros .

Fonte: Hoje em Dia

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