quarta-feira, 22 de setembro de 2010

2010.09.22 - Grave acidente na BR-381 – JVA Online

Sacerdote enfrentava há tempos o alcoolismo

DA REDAÇÃO - O padre  itabirano Almir Adomiran Duarte, 41 anos, que atualmente era pároco em uma igreja no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, morreu em um grave acidente na BR-381, na tarde desta terça-feira (21). A tragédia deixou o saldo de quatro vítimas fatais e outra gravemente ferida. O acidente aconteceu por volta das 14h30 dessa terça, no Km 421, em Roças Novas, em frente ao clube FreeTime. Ao todo, seis veículos se envolveram. Há três anos, o padre Almir estava tratando de depressão e tinha problemas com alcoolismo. Na década de 90, ele atuou como padre na paróquia Cristo Rei, que abrange vários bairros de Ipatinga.

O prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Raimundo Nonato Barcelos (Nozinho), decretou ponto facultativo na cidade nesta quarta-feira (22), e luto oficial por três dias.

Bebida no veículo

No Gol conduzido pelo padre, foram encontradas duas garrafas de bebidas alcoólicas: uma de Vodca e uma de Ice, que estava entre as pernas de Almir.

O religioso já havia sido multado por excesso de velocidade três vezes e autuado uma vez por dirigir embriagado. Em junho deste ano, se envolveu em um acidente em Itabira e fugiu do local. Apesar do título de padre, o religioso já tinha sido afastado do trabalho por causa do alcoolismo.

Populares que presenciaram o acidente disseram que o padre conduzia o Gol azul placa GLL-7510, de Itabira, no sentido BH-João Monlevade, quando tentou ultrapassar dois veículos pela direita. Perdendo o controle do carro, ele acabou invadindo a pista contrária, colidindo contra a carreta placa MTR-4615, de Serra (ES), guiada pelo motorista Juares Ferreira Júnior, que levava uma carga de cimento. A batida desencadeou a sequência de colisões.

Foram atingidos o Escort placa GNK-1535, de João Monlevade, e a Saveiro placa GUU-9453, de Açucena, que puxava uma carrocinha com várias cadeiras de plástico. Os condutores destes veículos nada sofreram.

Outros carros envolvidos

A carreta ainda atingiu a picape D-20 placa GWP-6258, de João Monlevade, que era dirigida por Geraldo Ferreira Bastos, o “Geraldo Cassetada”, que morreu na hora, e tombou em cima do Santana vermelho placa KMS-3604, de Muriaé, que foi esmagado juntamente com dois dos três ocupantes. Estavam no Santana um homem ainda sem identificação e os cabos PM Cláudio José Silva (morte instantânea) e José Rodrigues de Souza, que foi socorrido pelos Bombeiros até um helicóptero e levado para o Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, em estado grave.

A carreta ficou atravessada na pista. O tráfego ficou paralisado por dez horas, formando cerca de 15 quilômetros de engarrafamento.

Com a chegada da Polícia Rodoviária Federal e da perícia técnica da Polícia Civil, iniciou-se o trabalho de remoção dos corpos. Os trabalhos iniciaram pelo corpo do padre, que foi retirado do interior do Gol, onde o perito encontrou duas garrafas de bebidas alcoólicas: uma de Vodca e uma de Ice – de plástico – presa entre suas pernas.

Mortos e feridos

Dois dos três feridos no grave acidente da tarde de terça-feira continuavam internados no Hospital de Pronto Socorro João XXIII na manhã desta quarta-feira (22).
Segundo o hospital, o policial militar José Rodrigues de Souza, de 43 anos, que estava junto com Cláudio, passa bem e sofreu uma fratura na bacia. Ele deve ser transferido para o Hospital Militar. Estava no Santana que foi esmagado pela carreta que carregava 50 toneladas de cimento.

O passageiro da caminhonete D-20 placa GHP-6258, José de Calazans Batista, sofreu fratura no fêmur e deve passar por cirurgia ortopédica. O condutor da carreta, Juarez Ferreira Júnior, de 32 anos, recebeu alta ainda na noite de terça.

Entre os mortos, além do padre Almir Duarte, está o comerciante monlevadense “Geraldo Cassetada”, proprietário da LDB Distribuidora de Água, que fica no Bairro República, um homem ainda sem identificação, e o cabo da PM Cláudio Silva, lotado na 72ª Cia da 11º BPM.

Sepultamento

O corpo do padre Almir Adoniram Duarte, 41 anos, morto nessa terça-feira num acidente trágico na BR-381, será velado também na Catedral Diocesana, em Itabira. O velório deve começar às 12 horas, quando está prevista a chegada do corpo de São Gonçalo do Rio Abaixo. Às 15 horas haverá uma missa de corpo presente e o sepultamento está previsto para acontecer às 17 horas no Cemitério da Paz, em Itabira.

De acordo com a Polícia Civil, o enterro de Cláudio José da Silva, que viajava no Santana, será no Cemitério da Paz, em Espera Feliz.

Na mesma cidade será velado e sepultado o corpo da segunda vítima que viajava no Santana. Ronaldo Antônio Lopes, de 57 anos, será enterrado no Cemitério São Sebastião. A quarta vítima do acidente, Geraldo Bastos, de 67, viajava da caminhonete e será sepultado no Cemitério do Baú, em João Monlevade.

Padre fazia tratamento, diz vigário-geral

O vigário-geral da Diocese Itabira-Coronel Fabriciano, padre Francisco Guerra, concedeu entrevista informando que a igreja sabia do problema de alcoolismo de padre Almir, mas ele estava se tratando. Depois de um acidente que aconteceu com ele alcoolizado em Itabira, há cerca de dois meses, a Diocese deu oportunidade ao pároco de se cuidar – sem afastá-lo da igreja, o que poderia agravar o problema.

Almir estava indo a Belo Horizonte duas vezes por semana fazer tratamento. No acidente dessa terça-feira (21), ele voltava de consultas. O período duraria três semanas. Caso a tentativa não resolvesse, haveria a possibilidade de Almir ser internado numa clínica de reabilitação.

“A causa da morte de padre Almir não pode desencadear em nós nenhum sentimento que não seja de responsabilidade com a vida. Com ele ceifaram-se mais três vidas. Se uma vida é importante para Deus, imaginem quatro. (...) Apesar da cruz que o padre carregou nos últimos tempos, podemos destacar o seu jeito ético, seu amor ao povo, seu sonho de uma igreja verdadeiramente libertadora, sua inteligência. Mas infelizmente seus medos e traumas próprios de todos nós fizeram-no tomar a contramão da direção e o alcoolismo foi mais forte do que ele. É assim que a droga tem feito com milhares de famílias”, dizia trecho da homilia do padre Francisco em missa celebrada nesta quarta-feira.

Fonte: JVA Online

2 comentários:

  1. Dou Graças a Deus pelo livramento que deu ao meu primo o cabo José Rodrgues de Souza

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  2. Sentimos muito pelos filhos orfãos e viúvas sendo que Ronaldo Antônio Lopes deicha quatro filhos sem pai e vitima de uma crueu fatalidade.Sendo um homem sempre prestativo a todos.Os familiares do padre Almir deverian ser poupados de tanta acusação perderaõ um filho tambem.

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