Wôlmer Ezequiel
Perto da estação ferroviária há uma faixa para pedestre ignorada por todos
IPATINGA – Atravessar a avenida Pedro Linhares (trecho urbano da BR-381) está cada vez mais difícil e perigoso para os pedestres. Devido ao grande fluxo de veículos na rodovia, às vezes a espera pode demorar até 30 minutos, dependendo do horário. O problema já começa no ponto de ônibus do bairro Horto, para quem vem de Coronel Fabriciano.
No local não existe nenhuma sinalização indicando a travessia e também não há uma faixa para pedestres. Para quem tem pressa para chegar ao centro comercial do bairro, só mesmo atravessando na correria. A reportagem do DIÁRIO DO AÇO flagrou diversas situações desse tipo, na qual o pedestre coloca em risco a sua vida. A falta de precaução é geral: crianças e idosos foram vistos se arriscando em meio aos carros. Mas há quem prefira esperar com paciência até surgir uma oportunidade para cruzar a pista em segurança.
A dona de casa Ângela Maria de Figueiredo, 47, moradora do Bom Retiro, faz diariamente o percurso até o Horto, sempre acompanhada do netinho. “Fico muito tempo esperando, porque me dá medo de atravessar, principalmente quando estou com meu neto, para não correr o risco de tropeçar e cair”, resume.
O mesmo dilema vive o garçom Daniel Francisco Santana, também morador do bairro Bom Retiro. “Já vi várias pessoas sendo atropeladas aqui. Eu acho que deveriam colocar uma passarela neste local porque o fluxo de carros e carretas é muito intenso e a gente tem de esperar muito para poder atravessar”, pontua.
Estação
Um pouco mais à frente, outro problema, que é mais crítico nos horários de 13h30 e 15h, quando os passageiros que embarcam ou desembarcam da Estação Ferroviária Intendente Câmara vivem a adrenalina de atravessar a BR-381. A reportagem cronometrou o tempo que uma pessoa leva para atravessar a rodovia sentido Centro-Horto e vice-versa e registrou que o tempo médio é de 30 minutos.
No local há faixa para pedestres, ignorada tanto pelos pedestres quanto pelos motoristas. Cristiano de Jesus, 33, mora em Linhares (ES). A reportagem observou a dificuldade que ele teve para fazer a travessia. Ele andava de um lado e de outro e, minutos depois, conseguiu correr até o canteiro central. “Essa travessia aqui é péssima. Teve vez de ficar esperando até 40 minutos para atravessar”, relata.
Ana Júlia Nepomuceno da Silveira, 48, havia acabado de chegar de Conselheiro Pena. Segundo ela, foi o maior sufoco para atravessar com as malas pesadas e duas crianças. “Isso aqui é perigoso demais, gente. Quando começar a morrer gente, quem sabe façam alguma coisa, mas isso só depois de muito sangue”, opina.
Passarela
Em frente ao Hotel Panorama Tower - no sentido Horto-Centro - existe outro ponto de ônibus, onde a travessia é bastante perigosa. As chances de cruzar a pista com segurança naquele ponto são mínimas. Isso porque a movimentação de veículos é reforçada pelos carros que saem do bairro Iguaçu.
A 300 metros existe uma passarela; no entanto, ninguém se dispõe a ir até lá para depois retornar ao local de destino. Imaculada Lima, 50, desceu no ponto de ônibus no sentido Centro. Depois de dez minutos esperando, conseguiu atravessar às pressas. “Toda vez é sempre correndo. Se andar não dá tempo”, explica. Questionada por que não usa a passarela, ela responde: “Não vou andar pela BR até chegar à passarela, para depois voltar para o lugar que eu quero”, resumiu.
Para chegar à passarela, por sinal, o pedestre precisa usar a rodovia, pela inexistência de acostamento ou calçada na margem da rodovia.
Duplicação
O trecho citado na reportagem é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, qualquer intervenção no trecho urbano da rodovia que corta Ipatinga será feito durante a duplicação da BR-381.
Fonte: Diário do Aço
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