Pedro Rocha Franco - Estado de Minas
Publicação: 25/09/2010 15:02 Atualização: 25/09/2010 15:54
Equipes do Samu tentaram medir o tempo levado no socorro a vítimas de acidentes graves
Trinta vítimas num acidente envolvendo um caminhão-tanque e outros três veículos, na Rodovia da Morte, na divisa de BH e Sabará, na saída do Anel Rodoviário. Depois de dormir ao volante, o caminhoneiro perdeu controle e se chocou com uma van, um micro-ônibus e um automóvel. A descrição se assemelha a mais uma tragédia na BR-381, mas trata-se só da simulação de uma grave batida para treinamento das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB).
Tentando aproximar-se ao máximo da realidade, voluntários foram maqueados com substância parecida com sangue nos supostos locais machucados. E as equipes médicas eram obrigadas a fazer trabalho de salvamento real, com uso de equipamentos como imobilizador de pescoço, maca e balão de oxigênio. A encenação tem três objetivos: capacitação das equipes de defesa social; estreitamento de parcerias entre as corporações para casos de atendimento real e conscientização da população.
Como no caso de um acidente, o primeiro passo é o chamado para o 192, normalmente feito por um sobrevivente ou por alguma testemunha da batida. Imediatamente, a polícia rodoviária é acionada e os patrulheiros são os primeiros a se deslocarem para o local. Equipes médicas também são chamadas e se deslocam de acordo com a demanda repassada à central. Em ocorrências como a simulação, envolvendo material químico perigoso, órgãos ambientais também são convocados e têm a tarefa de conter algum tipo de vazamento e neutralizar o produto antes do início do socorro. Segundo o coordenador do Samu de Santa Luzia, Marco Cícero Terra de Deus, dependendo dos riscos é preciso que a identificação seja feita até de binóculo e, em seguida, se faz o isolamento do local. “Se for amônia, por exemplo, caso seja aspirada a pessoa pode morrer em questão de segundos e o socorrista se torna mais uma vítima”, explica.
Quando o espaço é liberado para a ação da equipe médica, em acidentes com múltiplas vítimas, é feita triagem dos pacientes “para salvar o máximo de pessoas possível”. Classificados por cores, de acordo com a gravidade, os pacientes recebem os primeiros socorros no local e nas ambulâncias e, em seguida, os casos mais graves são levados para os hospitais, podendo ser usadas, inclusive, aeronaves. Identificados como verde são vítimas que não precisam de atendimento imediato; amarelo pode ser cuidado no local; vermelho é caso mais crítico e precisa ser transportado para unidades médicas rapidamente; já os pretos, em casos de mais de cinco vítimas, dada a gravidade excessiva, não recebe atenção imediata quando não se tem recursos suficientes.
Atendimento médico
Da Rodovia da Morte as vítimas mais graves foram transportadas para o Hospital Municipal Odilon Behrens. A simulação teve continuação na unidade médica para teste do Plano de Gerenciamento de Crises, elaborado, aprovado e validado pela diretoria neste ano e encaminhado às equipes do pronto-socorro, sala de emergências e centros de terapia intensiva (CTIs) para aplicação. Mas, lá os funcionários não foram avisados da simulação previamente. Só ficaram sabendo da ocorrência de um grave acidente na BR-381 e que as vítimas seriam levadas para o HOB.
À chegada dos pacientes, os médicos e enfermeiros foram avisados da simulação e fizeram análise de cada caso de acordo com boletim repassado por estudantes da área de saúde que detalhavam o suposto quadro médico de cada um para que fosse feita triagem semelhante à ocorrida no local do acidente. Segundo o coordenador do Samu, o treinamento faz parte da preparação para Copa’2014 e os resultados serão analisados durante a semana para melhoria de alguns pontos.
Fonte: Portal Uai
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