sábado, 18 de setembro de 2010

2010.09.18 - A aventura de trafegar na BR-381 – Diário do Aço

É preciso nervos de aço para enfrentar o trecho entre Ipatinga e Belo Horizonte

OMSI005860Cinco países lideram as estatísticas de acidentes

IPATINGA - São pouco mais de 200 quilômetros de estrada que separam o Vale do Aço da capital mineira, mas percorrer esse trecho é sempre um risco mesmo para motoristas experientes.

Com 20 anos de habilitação e nenhuma infração cometida ao longo de todo esse tempo, Maria Inês Gouveia, moradora do bairro Cidade Nobre, deixava o carro na garagem e cumpria a rotina de viajar a cada 15 dias de trem a Belo Horizonte, para aulas de um curso de pós-graduação.

“Gosto de dirigir e tenho experiência em estradas, mas preferia ir de trem por uma questão de bom senso, porque o risco é constante e a viagem torna-se extremamente cansativa”, relata. 

Como Maria Inês há inúmeros motoristas tanto do Vale do Aço quanto de Belo Horizonte que evitam dirigir nesse trecho da BR-381. Preferem viajar de ônibus ou de trem e, quem pode, arca com as passagens de avião. Construída há mais de 40 anos e cheia de curvas perigosas, a BR-381 é campeã de acidentes registrados em Minas e ganhou o título, com triste mérito, de Rodovia da Morte. 

Apesar da importância econômica do Vale do Aço, a tão sonhada duplicação do trecho até Belo Horizonte, muitas vezes anunciada, ainda está por vir, enquanto as tragédias vão se acumulando diariamente.

Para Daniel Miranda, educador para o trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a Rodovia da Morte precisa de fato de melhorias, mas a principal causa dos acidentes (74%) está nas falhas humanas, ou seja, na imprudência dos motoristas.

Na noite da última quinta-feira (dia 16) Daniel Miranda abordou o tema em palestra realizada na Associação dos Aposentados e Pensionistas de Ipatinga (AAPI), dentro da programação da 19ª Semana do Aposentado.

Os números da morte

Diário do AçoI005237Progressão dos acidentes na BR-381 em três anos

Os acidentes de trânsito representam a segunda causa de óbitos no país
Começa segunda-feira a Semana de Trânsito em Ipatinga que este ano terá como foco o uso do cinto de segurança e das cadeirinhas no transporte de crianças, com várias atividades que incluem panfletagem e blitzen. De acordo com o educador de trânsito do DER, Daniel Miranda, 80% dos acidentes no perímetro urbano são provocados por falha humana.

“Os motoristas não respeitam o limite de velocidade na cidade, que é de 60 quilômetros/hora. E quanto maior a velocidade, maior a probabilidade de acidentes e de mortes”, destaca. Confira abaixo trechos do que ele disse em palestra da Associação dos Aposentados e veja os dados estatísticos.

Mortes
“No dia 11 de setembro de 2001 o mundo parou com o atentado nos Estados Unidos, em que mais de 3 mil pessoas morreram. No Brasil, o trânsito faz o mesmo número de vítimas todos os meses. O índice de mortes é quatro vezes maior ao registrado em países desenvolvidos.”

Custos
“O Brasil tem prejuízo anual de R$ 24,6 bilhões com acidentes de trânsito. São custos com perdas em produção, com médicos, previdência social, legais, perdas materiais, despesas com seguro e emergências, entre outros.”

Atropelamentos
“São responsáveis por 36% das mortes nas estradas brasileiras. Se o motorista estiver a 80 km/h, as chances de sobrevivência do pedestre são praticamente nulas”.

Causas
“64% dos acidentes são causados por falhas humanas, 30% têm origem em problemas mecânicos e apenas 6% são consequência de má conservação de via. As principais causas são: dirigir sob efeito de álcool e substâncias entorpecentes, trafegar em velocidade inadequada, inexperiência e falta de conhecimento e de atenção”.

Álcool
“Metade das mortes no trânsito envolvem motoristas embriagados. Mesmo em pequenas doses, o álcool prejudica a percepção de velocidade e distância, pode causar dupla visão e incapacidade de coordenação”.

Idosos
“Com o passar dos anos, ocorre redução do tempo de reação, perda progressiva das habilidades finas, diminuição do campo e da acuidade visual e dificuldade em estimar velocidades e diminuição da visão noturna”.

Cinto
“A falta do cinto no banco de trás é responsável por cerca de 30% dos feridos no trânsito. Nos hospitais, de cada dez vítimas atendidas, três estavam no banco traseiro e sem cinto de segurança”.

Homens x Mulheres
“Homens são mais impulsivos e agressivos. As mulheres são mais prudentes e, ao dirigir, costumam pensar na família, nos filhos. Por isso, na faixa etária de 18 a 30 anos, o valor do seguro pago pelas mulheres é três vezes mais baixo do que o valor pago pelos homens na mesma faixa de idade”.

Em comparação com o mundo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem o quinto maior número de mortes no trânsito de todo o mundo. Em 2007 ocorreram 35 mil mortes causadas por desastres com veículos. Especialistas acreditam que esse número pode ser bem maior, pois são contabilizadas apenas as mortes que ocorrem no local do acidente.

Em termos absolutos, o número brasileiro só é inferior ao de quatro países: Índia, China, Estados Unidos e Rússia. Segundo a OMS, os acidentes matam 1,2 milhão de pessoas por ano no mundo. Quase metade das vítimas não estava no carro – foram 584 mil pedestres e ciclistas mortos em acidentes, representando 45% do total.

A grande preocupação para os especialistas é que o número continua crescendo nos países emergentes, onde a frota de veículos aumentou, mas não os investimentos em segurança e educação no trânsito. Nos países ricos, a taxa de mortes está estável. Cerca de 90% dos acidentes ocorrem em países mais pobres, que mesmo assim concentram metade da frota mundial.

Fonte: Diário do Aço

Um comentário:

  1. Será que eu to vendo bem ou meu direito a expressão e critica foi relevado? censura o brasil acabou faz tempo....

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