Polícia Rodoviária Federal atribui maioria dos acidentes ao efeito da chuva. Piores tragédias foram na BR-135, no Norte de Minas, onde 9 pessoas morreram nas colisões
Pedro Ferreira e Celina Aquino
Depois de longo período de estiagem, as chuvas deixaram as estradas mais escorregadias e contribuíram, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para a ocorrência de graves acidentes nas rodovias federais de Minas. Das 15h30 de terça-feira até a tarde de ontem, pelo menos 19 pessoas morreram e 13 ficaram feridas.
Em apenas cinco dos desastres houve 13 mortes – nove delas em colisões na BR-135, em Montes Claros, Norte de Minas (cinco), e em Buenópolis, na Região Central (quatro). Na madrugada de ontem, enquanto chovia, outras três ocorrências nas BRs mataram seis pessoas. Em Leopoldina, três morreram e oito ficaram feridos numa batida de uma carreta e uma van.
No mais grave dos casos, foram cinco mortos e um ferido, às 22h40 de terça-feira, numa colisão no km 388 da BR-135, na comunidade rural de Lagoinha, Norte de Minas, próximo de Montes Claros. Neblinava e, numa curva, o Marea placa GYZ 7937, de São Paulo, rodou e bateu na Pajero placa HGQ 3399, de Montes Claros. O motorista Daniel Pereira da Silva, de 26, e Alex Sandro Nascimento, de 25, Gustavo de Jesus Silva, de 20, e Carlos André Ferreira Macedo, de 26, morreram, presos às ferragens.
O condutor da Pajero, o diretor da empresa de ônibus Transnorte, Humberto Luiz Sapori, de 47, teve ferimentos leves, mas a mulher dele, Maria de Fátima Murta Alves Sapori, de 52, não sobreviveu. Às 17h do mesmo dia, mais quatro pessoas morreram e uma ficou gravemente ferida, no km 516 da BR-135, em Buenópolis. Três eram funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O motorista do Idea placa HGI 7117, de Montes Claros, Cleyton dos Santos Queiroz, de 21, morreu. O do Palio de Montes Claros, Zeus Ferreira Rosa, de 44, teve lesões graves, mas três passageiros, Hércules Ferreira Rosa, de 45, Waldir Ferreira de Souza, de 64, e Maria Célia Nassau Ferreira, de 65, não sobreviveram.
Na BR-153, em Centralina, Triângulo Mineiro, o Furgão Ducato, placa DML 3607, de Osasco (SP), capotou, às 15h50 de terça-feira, com pista molhada. A motorista, Sueli Regina de Lima Santos, de 39, e o irmão dela, Alexandre José de Lima, de 37, morreram. Mais uma pessoa morreu e uma segunda ficou ferida, numa colisão, às 15h30 de terça-feira, no km 467 da BR-365, em Patrocínio, Alto Paranaíba. O caminhão placa API 0087, de Campo Largo (PR), bateu na Belina GPY 4350, de Patrocínio, matando o motorista, de 51 anos.
No mesmo horário, mais uma morte e um ferido, numa colisão, na BR-381, em Sabará, na Grande Belo Horizonte. O Prisma placa AQC 6596, de Curitiba (PR), se chocou com a Sprinter placa KMQ 4747, de Manhuaçu (MG). O motorista do Prisma, Guilherme Dantas Albuquerque, de 39 anos, morreu.
NA MADRUGADA
A onda de acidentes graves continuou na madrugada e no decorrer do dia de ontem. Por volta de 1h, no km 568 da BR-116, em Manhuaçu, Zona da Mata, o motorista de um carro de passeio, não identificado, morreu ao ser atingido por um caminhão. A chuva também pode ter causado o desastre que matou duas pessoas e deixou uma gravemente ferida, no Anel Viário Ayrton Senna, em Uberlândia, Região do Triângulo. A carreta Volvo placa HFF 5514, de Araguari, e o Polo placa GVS 6125, de Uberlândia, bateram de frente, no km 1.O caminhoneiro Paulo Valdemar, de 33 anos, disse que o carro de passeio entrou na contramão. Já Francinaldo Otaviano, de 43, acusa o outro veículo de invadir sua pista.
Um dos passageiros do Polo, Lourival de Castro, de 70, e Elmir Calixto Milken, de 55, morreram. Alfredo Júlio Martins, de 49, foi resgatado inconsciente e com politraumatismo. Seu estado era grave. O motorista do Polo também ficou ferido, com trauma no tórax, mas não corria risco de morrer.
Às 5h15, na BR-116, em Leopoldina, Zona da Mata, mais três mortes. A Scânia placa DPF 1418, de Fortaleza (CE), bateu na Sprinter placa CLH 1757, de Muriaé (MG), onde viajavam as vítimas. Morreram dois homens, de 36 e 43 anos, e uma mulher, de 66. A carreta teria invadido a contramão.
Tempo chuvoso
A chuva deve permanecer em todas as regiões do estado durante a semana e há previsão de temporais no fim de semana, principalmente na Região Centro-Sul e Zona da Mata. O metereologista Heriberto dos Anjos, do Instituto MGTempo, alerta as defesas civis quanto aos riscos de deslizamentos e inundações. “A chegada de frente fria vinda do oeste de São Paulo vai influenciar o clima em Minas”, afirma. Na segunda, choveu em todas as regiões, inclusive no Norte, que enfrentava mais de 100 dias em estiagem. Na divisa da Região Norte com Noroeste, caíram 72 milímetros de água, índice avaliado como alto. Em Belo Horizonte, 25 mm. "Acima de 50mm em 24 horas já pode ser considerado estado de alerta", explica Heriberto. A sensação de frio deve aumentar durante a semana. A previsão para hoje é de 17 graus, a mínima e 28, a máxima.
Fonte: Estado de Minas
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