quinta-feira, 28 de julho de 2011

2 anos da reforma da Praça Raul Soares e as passagens elevadas para pedestres continuam travando o tráfego...

A Praça Raul Soares além de cartão postal é um dos locais de Belo Horizonte onde o transito de veículos mais precisa fluir, pois trata-se da convergência de 4 importantes avenidas que fazem a conexão de várias regiões da cidade, todas com tráfego pesado em qualquer hora do dia. Av. Augusto de Lima, Av. Amazonas, Av. Olegário Maciel e Av. Bias Fortes. Atravessar a Cidade de Leste para Oeste, de Sul para Norte sem passar pela Praça é possível, mas o caminho por ali costuma ser encurtado para todas as direções, quando não é a única alternativa.


Contudo, na última reforma, que foi concluída às vésperas das eleições de 2008, a Praça recebeu 4 passagens para pedestres, com pisos elevados. A idéia dos projetistas era dar um ar de "civilidade" Europeu, mostrando que a cidade é para os pedestres e eles aqui são mais importantes do que os carros. De fato a idéia é bastante moderna e aplica-se a cidades que oferecem transporte coletivo de boa qualidade como alternativa ao uso do carro, o que não é o caso de BH, ainda.


Sem nenhum prejuízo para a segurança dos pedestres que atravessam as pistas do entorno da Praça Raul Soares, o piso das travessias nas convergências de Av. Augusto de Limas e Olegário Maciel (4 ao todo) poderiam ser rebaixados para o nível do asfalto permitindo que segundos preciosos fossem ganhos na fluidez do trafego que, em qualquer outro ponto da Cidade, poderia ser administrado com sincronia de sinais, menos ali. Belo Horizonte é realmente uma Cidade enigmática. No local onde essa elevação de piso é menos recomendável, lá está o que não seria concebível se o bom senso prevalecesse.


Os urbanista de BH e os estrangeiros que costumam ser portadores da verdade por aqui, precisam entender que a Capital ainda tem no carro o único meio de transporte confortável. Até que o Metro, Monohail, VLT ou BRT saiam do papel e vençam a burocracia da política, incluindo os desvios e a corrupção, as obras precisam conjugar acessibilidade com  fluidez, pois os pedestres que circulam a pé pelos 4 cantos da Cidade são os mesmo que estão enfartando dentro dos seus carros por falta de fluidez. Pedestres e motoristas são cidadãos que usam o mesmo espaço e todos são importantes.

 

Com efeito, enquanto os "quebra molas" (pisos elevados) permanecerem, travando o transito onde ele jamais poderia ser travado, a nota para esta obra que acaba de fazer seu segundo aniversário é 8, isso em virtude das conseqüências que este “capricho” representa para o transito de toda a região Central da Capital. Sou capaz de apostar que a Prefeitura de BH ao tomar conhecimento deste artigo, usará uma resposta pronta e tudo seguirá sem nenhuma alteração, para o desespero de quem fica preso nos engarrafamentos nas Avenidas que atravessam a belíssima Praça Raul Soares.


José Aparecido Ribeiro

Especialista em Assuntos Urbanos

ONG SOS Mobilidade Urbana

CRA MG 0094/94

31-9953-7945

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