domingo, 31 de julho de 2011

Banda 14 Bis promete show às margens da BR-381 para pedir duplicação das pistas

Flávia Ayer -
Publicação: 31/07/2011 07:18 Atualização: 31/07/2011 07:48

20110731072008401433eEli, baterista do 14 Bis, lamenta a morte do amigo Wilson Maciel

A mesma música que já embalou festas, inspirou corações apaixonados e emocionou plateias será agora cantada em sinal de protesto. Artistas renomados como a Banda 14 Bis, Paulinho Pedra Azul, Márcio Greyck e Toninho Horta subirão, em agosto, em um palco em que muitos já perderam a vida, para lutar pela duplicação da BR-381. Um show, no dia 16, às margens da BR-381, em João Monlevade, é a esperança de que governantes enfim escutem os clamores de quem já está cansado de chorar mortes na estrada conhecida como Rodovia da Morte.

No dia 17, a classe artística se despediu do amigo Wilson Maciel, de 58 anos. Assistente de produção da Banda 14 Bis, ele morreu em acidente envolvendo o ônibus do grupo, no distrito de Roças Novas, em Caeté, na Grande BH. O veículo tentou desviar de uma caminhonete que forçava ultrapassagem, na contramão, e caiu num barranco. “Queremos ser ouvidos fora de Minas e fazer com que esse protesto chegue a Brasília. Estamos acenando como se estivéssemos em uma ilha deserta, na esperança de que alguém nos veja”, diz o organizador do show, o médico e músico Aggeu Marques Filho.

Insatisfação

Morador de João Monlevade, Marques ressalta que o evento tem como objetivo mostrar a insatisfação de motoristas e passageiros em relação ao estado da via. “Os governos estão com as mãos manchadas de sangue de quem morreu na rodovia. É preciso fazer algo, pois tem muita gente morrendo”, critica Marques, que já cansou de socorrer vítimas na estrada. “Já ando com luvas no carro. Há cinco anos, presenciei um acidente horrível, que matou cinco pessoas e lançou um bebê a 30 metros do carro”, lembra.

Além do amigo Wilson Maciel, o Teacher, quem será carinhosamente lembrada no show será a ex-secretária municipal de Educação de João Monlevade Geralda Machado, de 67, diretora de um colégio na cidade. Ela morreu no dia 17, na BR-381, altura de São Gonçalo do Rio Abaixo, em batida entre dois veículos. “Era uma pessoa muito conhecida na cidade, que praticava direção defensiva”, ressalta Marques.

O baterista da Banda 14 Bis, Eli Rodrigues Ferreira, de 62 anos, a metade deles no grupo, engrossará o coro dos protestos. “As pessoas ficam esperando algo de muito grave acontecer para tomarem providências”, afirma o músico, que saiu a salvo do acidente e lembra as cenas de terror. “Acordei com o barulho de ônibus virando e comecei a enxergar tudo de ponta-cabeça”, diz, contando que integrantes da banda ainda se recuperam de fraturas. Quanto ao amigo Teacher, Eli acredita ter sido uma ironia do destino. “Como ele era nosso secretário e cuidava mais do escritório, não viajava muito com a gente. Estava mais passeando naquela viagem.”

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Fonte: Portal Uai

Um comentário:

  1. Excelente idéia, a música tem uma magia que contagia e junta multidões..., vou fazer o possível para participar. Passo pela BR 381, numa média de duas vezes por mês, e sei muito bem o que se enfrenta ali. Agora, pra piorar, a situação colocaram radares sem prévio aviso nos trechos onde se era possível desenvolver um pouco mais a viagem. Com certeza, os radares onde foram instalados só servirão para aumentar os acidentes, pois, os motoristas mais cautelosos tentam desenvolver a viagem nos trechos de menos sinuosidade e, fatalmente, ao avistarem um radar, freiará bruscamente, aumentando demasiadamente o risco de acidente.

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