Vereador sugere instalação de “Assassinômetro” na BR-381

Foto montagem: Thaís Dias/Arquivo JAN A exemplo do “Impostômetro” de São Paulo, o vereador Guilherme Nasser propõe a criação do “Assassinômetro” na BR-381, para chamar a atenção das autoridades.

A morte da ex-secretária municipal de Educação e diretora do Colégio Cesp, Geralda Maria Nunes Machado, em acidente na BR-381 no último domingo (17), provocou uma discussão interessante sobre a duplicação da rodovia no site de relacionamentos Facebook. O vereador de João Monlevade, Guilherme Nasser (PSDB), sugeriu a instalação de um painel eletrônico pré-apelidado de “Assassinômetro”, em pontos estratégicos da estrada com a atualização diária de mortos e feridos na 381. Nasser também propôs a realização de campanhas educativas e propagandas impactantes, com faixas que trariam a seguinte frase: “Sejam bem-vindos à Rodovia da Morte. Não queira contribuir com este nome”. Segundo o vereador, com a duplicação da rodovia, as colisões frontais, que são as maiores causas de mortes na 381, iriam diminuir muito. Guilherme disse que vai ao Governo de Minas nos próximos dias para saber como eles podem ajudar a sociedade a agir de forma concreta nesse sentido. A discussão começou depois que o colunista Marcello Mourah postou uma nota intitulada “Estou indignado”, na qual solicita atrair a atenção da imprensa nacional para as mortes no trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Uma das propostas é bloquear a estrada por tempo indeterminado, o que foi apoiado por muitos, inclusive por Guilherme Nasser. “Sou a favor de paralisar a rodovia por tempo indeterminado até que algo seja feito, já que a 381 é uma das principais vias de escoamento da produção de grandes empresas”, apontou. Apesar de concordar com a duplicação, a pedagoga Lutécia Mafra Espeschit afirma que o maior problema da 381 é a imprudência dos motoristas. “Precisamos deixar de tapar o sol com a peneira, de pensar que todos que morrem na 381 estavam certos e a BR errada”, ressaltou. Ela comentou que o limite máximo de velocidade permitido é de 80 km/h e que muitos passam por alguns trechos da rodovia a 120, 140 km/h. Para Lutécia, a solução seria a construção de uma outra estrada, deixando a que já existe fazendo a ligação entre Belo Horizonte e Governador Valadares e a nova o caminho contrário. Já o vereador Belmar Diniz (PT) comentou que não se vê nenhuma reação por parte dos responsáveis pela duplicação da BR-381 diante das tragédias que acontecem diariamente na rodovia. Segundo ele, todas as ações feitas até hoje pela sociedade na luta pela obra estão sendo subestimadas. Belmar também é a favor de parar a estrada por tempo indeterminado. Diante das suspeitas de irregularidades envolvendo o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a licitação para a duplicação dos lotes 7 e 8 da rodovia, que seria feita este mês, está suspensa por tempo indeterminado. O lote 7 vai do km 389 ao km 427, entre o Rio Una, em São Gonçalo do Rio Abaixo, e Caeté. Já o lote 8 vai do km 427 ao 458, entre Caeté e Belo Horizonte. O valor total da duplicação está orçado em R$1,4 bilhão.

Fonte: Jornal A Notícia