quarta-feira, 20 de julho de 2011

Faxina geral nos Transportes

Seis funcionários da pasta envolvida em fraudes são exonerados Demissões desarticulam a rede de influência mantida pelo PR na área Dilma tenta concluir limpa antes do fim do recesso parlamentar

Paulo de Tarso Lyra e Tiago Pariz

Brasília – A presidente Dilma Rousseff colocou como meta resolver a crise no Ministério dos Transportes antes de o Congresso Nacional retomar os trabalhos, em 1º de agosto, para evitar que o segundo semestre se transforme em um fracasso para o Palácio do Planalto. Mas precisa encontrar o tempo certo para anunciar os novos integrantes da pasta, da Valec e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ela sabe que se for precipitada na escolha correrá o risco de indicar um nome que não preencha os requisitos de "idoneidade moral e capacitação técnica", o que prejudicaria a imagem de "faxina ética" que ela tenta imprimir ao setor. Por outro lado, se demorar demais, o Congresso reabre os trabalhos com uma crise política instaurada, a base insegura em relação ao Executivo e uma pauta repleta de ciladas para o Palácio do Planalto.

O desmanche promovido pelo Palácio do Planalto prosseguiu ontem, com a saída de mais seis servidores, a maioria ligada ao PR e ao homem forte do partido, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP). A oposição também pressiona. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), protocolou ontem requerimento pedindo a convocação do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para falar sobre as denúncias de irregularidades na pasta. O requerimento foi protocolado na Comissão Representativa do Congresso Nacional, colegiado que reúne deputados e senadores indicados por seu partido para tomar decisões durante o recesso. Caberá agora ao presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), decidir se convocará a comissão para deliberar o tema.

Três dos funcionários exonerados ontem são ocupantes de postos-chaves do Dnit: o coordenador-geral de Operações Rodoviárias, Luiz Cláudio dos Santos Varejão; o coordenador-geral de Administração Geral, Mauro Sérgio Fatureto e o secretário de Fomento para Ações de Transportes do Ministério, Darcy Humberto Michiles, que pediu para deixar o cargo antes de ser exonerado.

Além disso, o Diário Oficial publicou a demissão da secretária de Michiles, Maria das Graças Fernando de Almeida. No Ministério dos Transportes, foram exonerados o subsecretário de Assuntos Administrativos, Estevam Pedrosa, lotado na Secretaria Executiva; e o assessor temporário do ministério, José Osmar Rocha.

Mais cortes à vista

Contando com Luiz Antônio Pagot, que está de férias mas será exonerado tão logo retorne ao trabalho, já são 12 servidores demitidos, afastados ou barrados para ocupar cargos desde o início da crise, em 2 de julho (veja quadro). Ontem, o senador Blairo Maggi (PR-MT), padrinho político de Pagot, jogou a toalha. "Infelizmente, ele agora está saindo do cargo", disse.

No fim da tarde, o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, Hideraldo Caron, ligado ao PT, foi convocado para uma reunião com o ministro. A tendência é de que ele também seja exonerado para que o PR não reclame de "perseguição política".

Fonte: Estado de Minas

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