sábado, 30 de julho de 2011

Mais um cai e Dnit roda com decreto

Presidente edita norma para permitir que substitutos tomem decisões até a nomeação de diretores. Coordenador é exonerado

Paulo de Tarso Lyra
Publicação: 30/07/2011 04:00

res20110729224757334959aPassos não descartou novas demissões nos Transportes

Brasília – O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, admitiu que a crise que devastou a pasta e levou à demissão de seu antecessor e praticamente toda a diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec, além de outros funcionários do segundo escalão, prejudicou os trabalhos do setor. "Estamos buscando controlar o problema. A partir de agora, olharemos os projetos com uma lupa muito forte", prometeu Passos. Para evitar que as exonerações em série deixem o setor acéfalo, a presidente Dilma Rousseff assinou um decreto autorizando o Conselho Administrativo do Dnit a designar, "excepcionalmente, servidores de órgãos como substitutos, em caráter transitório, para assegurar a continuidade da gestão".

Publicada em edição extra do Diário Oficial de ontem, a medida tem como objetivo a ocupação interina dos cargos até que os futuros diretores sejam sabatinados pelo Senado Federal. "Até o início da próxima semana anunciaremos o nome dos futuros diretores", disse Passos. Menos de um mês depois do começo da crise, apenas um diretor do Dnit permanecia no cargo ontem: Jony Marcos Lopes, titular da área de Planejamento e Pesquisa.

A guilhotina continua afiada. Na quinta-feira, Passos exonerou o coordenador-geral de Operações Rodoviárias do Dnit, Marcelino Augusto Rosa. Ele e a mulher formavam o  "casal Dnit", de acordo com denúncia publicada ontem na imprensa. Sônia Lado Duarte Rosa atuava como procuradora de oito empresas que tinham contratos com a autarquia no segmento de sinalização de rodovias. O ministro admitiu a possibilidade de mais cortes.

Passos acrescentou ainda que é preciso cuidado para nãod "demonizar" os chamados aditivos – revisões contratuais que aumentam o valor da obra. Segundo ele, existem aditivos que são incluídos "por necessidade e outros, por conveniência". Para diminuir situações como essas, o governo vai exigir, como o ministro já havia anunciado, que todas as obras sejam licitadas com projetos executivos prontos. Atualmente, só são exigidos os projetos básicos. "Não podemos dizer que os aditivos vão desaparecer, mas diminuirão muito", disse ele.

Memória
A história se repete

Não é a primeira vez que a mulher de um servidor do Dnit se envolve no escândalo dos Transportes levando à demissão do marido. O ex-diretor executivo da autarquia José Henrique Sadok de Sá foi exonerado depois de reportagem que mostrou que a construtura de sua mulher recebeu R$ 18 milhões para tocar obras em rodovias federais vinculadas a convênios com o própria Dnit. No momento em que perdeu o cargo, Sadok atuava também como diretor geral interino, em substituição a Luiz Antônio Pagot, que estava afastado.

Fonte: Estado de Minas

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