Paulo Filgueiras/EM/D.A PressDnit havia prometido monitorar peso na travessia a partir de sexta-feira, mas ainda nem sabe onde ficará um dos aparelhos
Deixar tudo para a última hora, desrespeitar prazos, agir apenas sob pressão. Essa vem sendo a prática do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), especialmente quando o assunto são as obras da BR-381, na saída para o Espírito Santo. Quatro dias depois da data limite, fixada pela própria autarquia, para instalação das duas balanças que fiscalizarão o peso dos caminhões que passam pelas pontes provisórias instaladas no Rio das Velhas, no km 454 da rodovia, em Sabará, Grande BH, o Dnit ainda não sabe onde um dos equipamentos será colocado. Não tem sequer os aparelhos à disposição. Eles serão emprestados pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG).
Ontem, depois de se reunir com a cúpula da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Dnit apenas reiterou que as balanças serão usadas. Ainda não há um cronograma para os trabalhos ou mesmo uma planilha de custos, sinal de que a medida deve demorar a ser implantada. A autarquia informou que enviará técnicos a campo hoje, em conjunto com agentes da PRF, para avaliar o local em que o equipamento deve ser instalado no sentido Vitória. Está decidido, pelo menos, que, no sentido BH, a balança ficará próximo ao posto da PRF em Sabará.
INDIGNAÇÃO
A falta de balanças já gerou protestos de caminhoneiros, que chegaram a bloquear a passagem pela estrutura provisória entre 29 e 30 de junho. Eles exigem a pesagem, uma vez que muitos vêm sendo impedidos de cruzar as pontes, com tráfego restrito a veículos com menos de 60 toneladas. Sem a pesagem, bitrens e rodotrens venm sendo obrigados a enfrentar longos desvios, apesar de seus condutores alegarem que levam carga inferior ao limite suportado pelo ponte, o que inclusive é atestado por notas fiscais.
Alguns caminhoneiros preferem pagar até R$ 100 por ajuda para atravessar a ponte, em vez de enfrentar o trajeto mais longo. No local, foi criado um comércio paralelo, em que carreteiros cobram para passar com metade da carga no caso de veículos articulados. Policiais federais rodoviários, responsáveis pela fiscalização no trecho, também cobram a instalação dos aparelhos. Eles acreditam que só assim será possível ser justo ao permitir ou negar passagem.
Fonte: Estado de Minas
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