Valquiria Lopes -
Publicação: 11/07/2011 07:15 Atualização:
Como tem sido o trabalho de fiscalização depois da interdição da ponte?
Mantemos uma viatura com agentes da PRF posicionada dos dois lados da ponte para barrar os caminhões bitrens, rodotrens e veículos com carga lateral excedente. Essa foi a orientação que recebemos e estamos seguindo. Mas essa situação que estamos enfrentando com a fonte tem três falhas. Primeiro, porque não há sinalização indicativa de que a ponte está fechada em trechos anteriores aos desvios e aí o caminhoneiro chega desavisado aqui no posto. Também não fizeram blitzes educativas, explicando por que fechou, quem passa e quem não pode. E o pior é que há motoristas dos veículos com restrição que nos mostram a nota da carga com valores inferiores a 60 toneladas, mas não podemos deixar passar pela falta de balança. Com o equipamentos, vamos conseguir ser justos com os caminhoneiros e garantir a travessia com segurança.
Qual é o reflexo disso no dia a dia?
Isso tudo deságua no trabalho da PRF. Deram uma ordem que está sendo cumprida pela PRF, mas não tivemos nossa estrutura ampliada. Entendo que deveriam ter criado uma equipe de policiais específicos para a ponte, o que não ocorreu. Pedimos aos motoristas para terem paciência. Estamos tentando fazer o melhor que podemos com a estrutura que temos. Todo dia está sendo uma luta.
A PRF já havia detectado problemas na estrutura da ponte do Rio das Velhas?
Essa ponte dá problema desde 1994 e, por mais de uma vez, ela chegou a ficar fechada. Já fizemos relatórios periódicos sobre rachaduras e problemas no piso asfáltico, que foram encaminhados à nossa chefia, que por sua vez comunicou o Dnit. Algumas obras foram feitas, houve manutenção, mas nada foi feito para resolver de fato o problema.
Essa situação é a mesma para o restante da rodovia no trecho entre BH e João Monlevade?
Sim. A pista é antiga, é da década de 1950, e hoje tem uma engenharia defasada. O volume e o tipo de veículo que passa nela hoje mudaram muito. São muito mais carros e carretas com tecnologia avançada trafegando em uma estrada com traçado sinuoso, com problemas no piso asfáltico, com rompimentos de pista. A BR-381 se tornou uma senhora de 60 anos e, como para toda senhora de 60 anos, um simples batonzinho não basta. É preciso fazer uma cirurgia plástica pesada.
De que forma isso afeta o trabalho de vocês?
As precárias condições na pista, aliadas ao quadro deficitário de policiais rodoviários no estado, tornam nosso trabalho mais árduo, penoso. Por conta do perigo da estrada, temos mais engarrafamentos, acidentes, feridos e mortos e na maior parte do tempo trabalhamos com seis policiais quando deveríamos ter 13. Do lado de quem usa a rodovia, os danos sociais e econômicos são enormes, pois o efeito é em cadeia. Motoristas se desgastam em viagens longas e perigosas, enfrentam engarrafamentos, perdem seus compromissos, têm prejuízos financeiros.
Como resolver esses problemas?
Somente com a duplicação da rodovia. Só quando tivermos pistas duplas é que poderemos diminuir o número de tragédias e de mortes.
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Fonte: Portal Uai
Comentário: “Pena que nem com cirurgia plástica ou transplante de face mudaremos os “cara de pau” responsáveis pela má gestão de nossas estradas.”
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