terça-feira, 12 de junho de 2012

Rodoanel poderá gerar renda

Novela. Governo do Estado tem projeto para aquecer economia no entorno da via com atração de negócios

Iniciativa deve ajudar a abrir 400 mil postos de trabalho até 2030

Publicado no Jornal OTEMPO em 12/06/2012

JOELMIR TAVARES

FOTO: ALISSON GONTIJOfoto_11062012204502Projeto. Uma das pontas da alça Sul, que vai ligar a BR-381, em Betim, à BR-040, na capital, deve ficar na região do bairro Olhos d’Água

Mais do que uma ligação entre rodovias - que vai ajudar a desafogar o trânsito nas ruas de Belo Horizonte e outras cidades da região metropolitana -, o Rodoanel será um caminho de prosperidade econômica, pelo menos é o que promete o governo do Estado. Um projeto prevê incentivos para empresas se instalarem nas margens da alça Norte do contorno rodoviário. O objetivo é impulsionar o desenvolvimento dos dez municípios cortados pela via.

"Uma obra dessa envergadura não pode simplesmente ser um elo entre rodovias, tem que ir além", afirma o subsecretário de investimentos estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Luiz Antonio Athayde. Apesar da lentidão no início da obra, prometida pelo governo federal ao menos quatro vezes nos últimos dois anos, a pasta desenvolve um estudo para a área de influência do empreendimento.

Segundo Athayde, o processo de escolha de um consórcio formado por empresas nacionais e internacionais que vai elaborar o plano econômico para a extensão do Rodoanel está em "fase adiantada". O subsecretário não informou quanto será investido na iniciativa, que tem apoio do Banco Mundial (Bird).

Junto com outros dois projetos em andamento - o aeroporto industrial de Confins, na região metropolitana, e a implementação do sistema de transporte sobre trilhos (VLT) -, o complexo do Rodoanel será responsável por atrair para Minas investimentos de US$ 20 bilhões até 2030 e gerar um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 134 bilhões, de acordo com a Sede. No mesmo período, serão criados cerca de 400 mil empregos.

A grande vantagem para as empresas que se instalarem às margens do contorno metropolitano será a facilidade de acesso às principais rodovias do país, o que simplifica as operações de exportação e importação e diminui o tempo e o combustível gastos com transporte.

Expansão

O projeto básico da alça Norte do Rodoanel prevê um canteiro central de 21 m, que poderá ser usado em ampliações futuras. No espaço, será possível construir mais uma pista em cada sentido. "Isso será feito à medida que esse novo complexo industrial demandar a ampliação das faixas de tráfego e a construção de pistas laterais", explica o engenheiro civil Everaldo Ávila Cabral, que elaborou o estudo de diretrizes.

Como haverá mais espaço para conciliar o fluxo de veículos pesados e leves, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) afasta a possibilidade de o Rodoanel se transformar em um "segundo Anel Rodoviário". Cada pista será composta de duas faixas de tráfego de 3,5 m cada, faixa de segurança interna de 1 m e acostamento externo de 3 m.
Além disso, diferentemente do Anel, o Rodoanel terá poucas intercessões com vias paralelas. As conexões serão feitas apenas em pontos determinados.

Municípios

Abrangência

A alça Norte do Rodoanel, com 67,5 km de extensão, vai cortar oito municípios:
Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo, São José da Lapa, Vespasiano, Santa Luzia e Sabará.

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PROMESSA

Obras, só em 2014, reconhece ministério

Se a licitação do projeto executivo do Rodoanel for mesmo publicada neste mês, como promete o governo federal, e tudo correr sem nenhum atraso, as obras só vão começar em 2014, informou, por meio de nota, o Ministério dos Transportes.
Conforme o comunicado, os projetos e estudos ambientais que serão objeto da concorrência devem levar entre um ano e meio e dois anos para serem elaborados. Os levantamentos, com custo estimado de R$ 30 milhões, vão servir de base para o governo fixar o preço total da obra e o prazo de entrega.
"Como o Rodoanel é obra prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, a verba já está liberada. Entretanto, os recursos ainda não foram utilizados porque as obras só podem ser iniciadas após a licitação", afirma o texto.
A obra é prometida há pelo menos dez anos. O ministério atribuiu o atraso à "necessidade de ajustes no edital recomendados pelo Tribunal de Contas da União (TCU)". (JT)

FOTO: SEDE/DIVULGAÇÃOfoto2_11062012204753Subsecretário Luiz Athayde diz que Rodoanel não pode ser só um "elo"

BANDEIRA

Empresas lutam por construção

Sonho antigo de empresas da região metropolitana, o Rodoanel é visto como alternativa para facilitar a logística de distribuição, reduzir custos e tornar a produção mais competitiva.

"A região metropolitana virou um gargalo para o transporte nacional de cargas, com uma crescente perda de mobilidade", afirma o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos. Para ele, o Rodoanel fortaleceria a economia regional.

A Fiemg e a Confederação Nacional do Transporte (CNT) incluem o contorno metropolitano na lista de projetos prioritários para o desenvolvimento mineiro, com reflexos no escoamento da produção nacional.

A Fiat Automóveis, que tem uma unidade em Betim, na região metropolitana, e patrocinou a elaboração do projeto básico da alça Sul, defende a construção do empreendimento, que avalia como "essencial" para o Estado. Por meio da assessoria de imprensa, a montadora informou que considera a obra fundamental para a logística industrial e o trânsito dos usuários da BR–381, hoje praticamente a única via para acessar a região.

"Precisamos ter um ambiente favorável aos negócios. O trânsito de Belo Horizonte está caótico", diz o empresário Marcos Santana, vice-prefeito da capital entre 1997 e 2000 e hoje conselheiro do Instituto Horizontes. Para ele, o Rodoanel tem que ser feito "não só pelo bem das empresas, mas também da cidade". (JT)

Fonte: O Tempo

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