Saturação. Anel Rodoviário de BH se transformou em via urbana, com trânsito pesado de caminhõesDnit deve anunciar licitação do Rodoanel neste mês
Órgão reconhece que liberação de licenças ambientais será complicador
Alexandre Nascimento
Uma obra prometida há vários anos e que sempre teve pouquíssimas novidades é a construção do Anel Viário de Contorno Norte da região metropolitana de Belo Horizonte, também conhecido como Rodoanel. Entretanto, a licitação do projeto executivo do empreendimento, que cortará oito municípios da Grande Belo Horizonte, deverá ser anunciada neste mês, segundo o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Sebastião Donizete de Souza.
O sistema viário terá uma extensão de 67,5 km, passando por Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Vespasiano, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Santa Luzia e Sabará. A ideia é interligar rodovias e desviar parte do fluxo viário da capital. A via terá duas faixas de tráfego e interligará a BR-381, na saída para São Paulo, com essa mesma rodovia, mas no sentido Vitória. O Rodoanel cruzará a BR-040, próximo à Ceasa, em Contagem.
De acordo Sebastião Souza, os problemas maiores estão relacionados às questões ambientais. "É um projeto grandioso e que inclui várias cidades, e cada uma tem um detalhe. No caso de Lagoa Santa, por exemplo, a existência de grutas e cavernas complica muito a situação do licenciamento ambiental", explica.
O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) já aprovou a licença prévia para as obras. Mas, para que o empreendimento prossiga, o Dnit precisa ainda conseguir as licenças de instalação (LI) e operação (LO). São esses documentos que permitem o início das intervenções e a operação de trânsito na rodovia. Há dois anos, o Copam determinou as condicionantes para a concessão LI. O empreendedor deverá apresentar à Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) os projetos de engenharia. Somente com o cumprimento de todas as medidas, o documento será liberado.
O principal problema é atender a essas condicionantes. Uma delas, por exemplo, exige a implantação de uma faixa de vegetação no entorno da lagoa da Várzea das Flores, com cem metros de largura, para proteger mananciais e evitar o assoreamento. Também será necessário elaborar um projeto criando áreas de proteção na região cárstica de Lagoa Santa, o que depende de um decreto do governo do Estado. Outra obrigação é a apresentação de plano de uso ordenado do solo nas cidades que compõem essa zona de preservação.
O Copam cobrou ainda a elaboração de estudos sobre o potencial de contaminação de lençóis subterrâneos e a garantia de que as faixas de domínio não serão ocupadas, como aconteceu no Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Outra dificuldade será o remanejamento de 150 famílias para o início das obras. Em[/TEXTO_NORMAL]bora o orçamento do Rodoanel ainda não tenha sido oficializado, um estudo preliminar do Dnit estima que o empreendimento não sai por menos de R$ 500 milhões.
Movimento. Estimativas do órgão revelam que o trecho mais movimentado do Rodoanel será em seu entroncamento com a Via Expressa e a BR-381, em Betim, na saída para São Paulo. Caso o Anel Viário existisse em 2005, o volume seria de 35,7 mil automóveis por dia naquele trecho. Em 2025, esse número saltaria para 69,3 mil veículos em circulação no mesmo entroncamento.
Estatísticas
Acidentes. Anel Rodoviário de Belo Horizonte é considerado a via mais perigosa da cidade. Somente neste ano, já aconteceram mais de 1.000 acidentes no
local, com 15 mortos.
Fonte: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdEdicao=1345&IdCanal=6&IdSubCanal=&IdNoticia=115045&IdTipoNoticia=1
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