Consórcio que opera os equipamentos informa que apenas aguarda aval do Dnit
Flávia Martins y Miguel
O religamento de 28 radares prometidos para acontecer amanhã pelo Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não será efetuado dentro do prazo. Há duas semanas, o órgão federal divulgou que os trâmites burocráticos para reiniciar o funcionamento de dez redutores eletrônicos de velocidade (REV) no Anel Rodoviário; outros 13 na BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Coronel Fabriciano; dois no Viaduto das Almas, na BR-040; e três na BR-356, na altura do BH Shopping, estavam em fase de finalização.
No entanto, ontem, a assessoria do Dnit voltou atrás, informando que as negociações junto ao Consórcio Segurança nas Estradas, dono dos equipamentos, ainda não haviam sido fechadas e, portanto, dependiam da resposta da empresa. Há 12 dias, o órgão federal comunicou que os equipamentos já estariam em fase de aferição e prontos para operar nesta semana.
O Consórcio Segurança nas Estradas, com sede em Brasília, é composto por quatro empresas e responde por todos os redutores de velocidade instalados nas estradas federais em Minas. O contrato entre o Dnit e o consórcio expirou em outubro de 2007 e, desde então, os equipamentos permanecem desligados à espera de uma resolução do órgão federal.
O gerente de operações do consórcio, Alex Henriques, confirmou as negociações junto ao Dnit e disse que está apenas aguardando a assinatura do contrato. "Entraram em contato conosco nos perguntado sobre o nosso interesse em retomar as atividades no Anel. Nossa manifestação foi positiva. Temos condições de operacionalizar e estamos prontos para servi-los. O passo agora é do Dnit, que, pelo fato de não ser uma empresa privada, depende de muitos detalhes para concretizar as negociações", afirmou o gerente.
Operação. Além de ter sido descumprido, o prazo do Dnit esbarra também na realidade técnica da execução operacional dos radares. De acordo com Henriques, se o contrato fosse assinado hoje, a previsão para os radares estarem funcionando é de, no mínimo, 30 dias.
"É uma estimativa. Existem várias circunstâncias que envolvem a operação do equipamento. Tem a parte de sinalização horizontal e vertical. O segundo passo são os laços indutivos, aqueles que ficam na pista que fazem a captação do volume de veículos. Tudo isso tem que ser avaliado. Não podemos esquecer que o Inmetro tem que fazer a aferição para que seja possível autuar. E isso não depende da gente."
Novela. Não é a primeira vez que foi anunciado o fim da novela dos radares nas rodovias, desligados há quase dois anos. Em março, a Vara Federal de Belo Horizonte concedeu liminar ajuizada pelo MPF determinando que o Dnit instalasse o mínimo de dez radares no Anel Rodoviário. O órgão recorreu da decisão. No dia 19 de maio, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, havia afirmado que 35 equipamentos na BR-381 seriam religados em um mês, mas nada foi feito.
Números
389 radares serão licitados para Minas pelo Dnit neste ano
2.696 radares serão religados em todo o país em licitação deste ano
Publicado em: 21/07/2009
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