2009.07.23 - Movimento pela duplicação - JORNAL DIÁRIO DO AÇO

Alex Ferreira Trevo de Itabira será palco do 6º ato público pela duplicação da BR-381

IPATINGA – No próximo dia 13 de agosto, o famigerado trevo de Itabira, na BR-381, será palco do sexto ato público pela duplicação da Rodovia da Morte, com a modernização do trecho Norte, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. O trevo, construído com um traçado inadequado, é ponto de constantes acidentes, a maioria com mortes. Um dos coordenadores do movimento “SOS Estradas de Minas Gerais”, José Aparecido Ribeiro, espera reunir no local os representantes de 19 municípios das regiões servidas pela rodovia.

O ato público, se não tem efeitos imediatos e práticos sobre a definição do imbróglio entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pelo menos mostra ao governo que os usuários estão insatisfeitos com uma situação que persiste há várias décadas, e exigem uma resposta mais consistente das autoridades.

Os números parciais dos acidentes de 2009 ainda não foram divulgados pelo Departamento de Polícia Federal em Minas Gerais, e o que se conhece são os dados consolidados de 2008. Segundo o balanço do DPRF, de janeiro a dezembro do ano passado foram registrados 2.706 acidentes no trecho, com o registro de 138 mortes, 645 com ferimentos graves e 1.410 pessoas com ferimentos leves. Ainda não há precisão sobre a divulgação dos números relativos a 2009.

Campanha

O técnico em segurança do trabalho Lúcio Mauro Alves, de Caeté, que mantém um blog na internet para tratar de assuntos da BR-381 Norte, afirma que o seu objetivo é apoiar e divulgar qualquer iniciativa em prol da duplicação, defendendo a alteração do traçado da BR-381, como propõe o Dnit, e condenando o projeto “meia boca” da ANTT. Embora ressalte que a campanha não deve extrapolar o objetivo principal, é impossível não desperceber a responsabilidade da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no impasse entre o Dnit e a ANTT sobre o projeto. ”Se a obra já estava prevista no PAC e de lá foi retirada, se a ministra Dilma é responsável pelo PAC, então fica para todos nós evidente a sua contribuição direta para o impasse ora existente”, argumenta Lúcio Mauro.

Com essa proposta, o técnico em segurança tem tentado mobilizar a manifestação de usuários da rodovia e familiares de vítimas no sentido de convencer o governo a pôr fim ao impasse e modernizar a estrada. “Vemos que as manifestações populares de Minas Gerais e os constantes acidentes para os quais esse traçado é extremamente ultrapassado tem acintosamente contribuído não têm sido suficientes para sensibilizar o governo”, afirma.

Mensagens

Outra tática dos organizadores do movimento pró-duplicação é o envio de mensagens aos membros da comissão responsável por impulsionar a campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff. Fazem parte da comissão o vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Vieira de Carvalho (gvp@pbh.gov.br), os prefeitos de Vitória (ES), João Carlos Coser; Lauro de Freitas (BA), Moema Gramacho (ouvidoria@laurodefreitas.ba.gov.br); Várzea Paulista (SP), Eduardo Pereira (prefeito@varzeapaulista.sp.gov.br); Joinville (SC), Carlito Merss; Santarém (PA), Maria do Carmo Martins (gab@santarem.pa.gov.br); e São Leopoldo (RS), Ari Vanazzi. Lúcio Mauro incentiva o envio de mensagens aos endereços eletrônicos dos integrantes da comissão, para que levem o apelo à ministra no sentido de acabar com o impasse sobre o projeto a ser aplicado na BR-381 Norte.

Carretas à noite geram reclamação

O motorista de táxi Carlos Geraldo Oliveira, 42 anos, trafega quase todos os dias entre São Gonçalo do Rio Abaixo e Belo Horizonte, no transporte de funcionários de uma grande empresa. Segundo avalia, a imprudência de alguns condutores de carros de passeio caminha ao lado dos riscos gerados pelas carretas de grande porte que circulam livremente pelo trecho sinuoso da rodovia.
Questionado sobre o assunto, o assessor da PRF em Minas, Aristides Júnior, confirma que as carretas podem mesmo circular à noite, desde que não haja restrições no Código de Trânsito Brasileiro. Os modelos conhecidos como rodotrens ou cegonheiras não podem rodar no período noturno se estiverem carregadas e a rodovia for de pista simples.
“Os rodotrens de nove eixos podem trafegar à noite desde que possuam Autorização Especial de Trânsito (AET)”, detalha. Aristides acrescenta que a fiscalização é realizada nos postos e nas viaturas da PRF. As penalidades vão de multa e retenção do veículo até o horário permitido pela legislação ou pela AET.

Fonte: http://www.diariodoaco.com.br/noticia.php?cdnoticia=24510#topo