domingo, 26 de julho de 2009

2009.07.26 - Tragédia e miséria na pista - JORNAL DIÁRIO DO AÇO

DA REDAÇAO – Quem trafegava do Vale do Aço com destino a Belo Horizonte na sexta-feira (24) pela manhã enfrentou um transtorno a mais na BR-381 Norte, além dos conhecidos problemas da perigosa Rodovia da Morte. Por causa de um acidente em Santa Luzia, no começo do anel rodoviário da região metropolitana, o trânsito parou por cinco horas. No acidente, o motorista perdeu o controle em uma curva, bateu em uma árvore e tombou. Uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas. Quem não conseguiu encontrar caminhos alternativos para sair do engarrafamento teve que adiar compromissos. O tráfego só voltou a fluir após as 13h, com uma fila que atingiu mais de cinco quilômetros.

O acidente serviu para, mais uma vez, lembrar a importância da duplicação da BR-381 Norte entre Belo Horizonte e Governador Valadares. No caso de ontem, se a pista fosse dupla e modernizada, o acidente poderia ter sido evitado. Na pior das hipóteses, o tráfego poderia ter fluído mesmo com uma das pistas interditadas.

A carreta placas KHU-3321 estava carregada com 30 toneladas de arroz, saqueadas pela população dos bairros próximos, que não se intimidaram com a presença dos policiais rodoviários, mesmo após o disparo de tiros de alerta. As pessoas sequer deram importância ao corpo de Damião Alves Tenório, vítima do acidente, exposto entre as ferragens. Maria Aparecida Silva, de 29 anos, José Belarmino Silva, o motorista, e uma criança, de 4, foram encaminhados para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Alessandro Rodrigues Silva, 23, foi socorrido em estado grave.

Segundo a PFR, o caminhão estava com excesso de passageiros na cabine.

Miséria
A cena da multidão no ataque à carga de arroz derramada com o acidente em Santa Luzia na sexta-feira de manhã foi filmada e fotografada por dezenas de pessoas que estavam presas no congestionamento. Uma leitora do DIÁRIO DO AÇO, que pede para não ser identificada, relatou em mensagem que a semelhança com imagens das reportagens de televisão, que mostram famintos atacando cargas de alimentos da ONU.
Testemunhas contaram que mais de 500 pessoas que vivem nas áreas de invasão participaram do saque, pouco se importando com o corpo da vítima entre os destroços da carreta.

Outro leitor que também ficou preso no trânsito por causa do acidente, Carlos Araújo, conta que perdeu uma importante reunião de trabalho em Belo Horizonte. O representante comercial lembra que, além das vidas que ceifa a cada dia, a BR-381 tem representado um entrave para a economia.

O policial rodoviário Élvio Quites, que estava no local do acidente, disse ao jornal Estado de Minas que viraram rotina os acidentes graves que param o trânsito no trecho da BR-381, em média por várias horas. O policial calcula que a média é de cinco acidentes graves por semana entre Belo Horizonte e o Vale do Aço. ´

Duplo castigo
O jornalista Lúcio Reis conta que o acidente seguido do saque da carga de arroz representou uma amolação em dose dupla para ele. Na ida para a capital, ficou retido cerca de quatro horas nas proximidades de Ravena, à espera da liberação da pista. Por conta desse atraso, Lúcio teve de cancelar alguns compromissos na capital. No retorno a Ipatinga, no início da noite, enfrentou outra retenção do tráfego, desta vez perto do posto da Polícia Rodoviária Federal.

Fonte: http://www.diariodoaco.com.br/noticia.php?cdnoticia=24673

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