Jackson Romanelli/EM/D.A Press - 13/6/09
Manifestantes anunciam que voltarão a bloquear o tráfego de veículos perto do trevo de Caeté no dia 13, fincando cruzes para homenagear os mortos em acidentes
Enquanto o Ministério dos Transportes e órgãos do setor não dão uma resposta aos constantes acidentes na BR-381 e não tiram projetos do papel, moradores, comerciantes e parentes de vítimas das cidades às margens da Rodovia da Morte dão mais um grito de socorro. Na segunda-feira, diversos trechos da estrada devem ficar fechados numa paralisação envolvendo comunidades de seis cidades – Caeté, João Monlevade, São Gonçalo do Rio Abaixo, Ipatinga, Nova Era e Governador Valadares –, em protesto contra o descaso do governo federal e homenagem aos seis universitários mortos num acidente com uma van de universitários.
Desde o acidente, em março, a cada mês parentes e amigos das vítimas tentam chamar a atenção das autoridades. Desta vez, no entanto, a adesão deve ser bem maior. No lançamento da campanha “Vidas perdidas na BR-381”, devem ser distribuídos adesivos e camisas para cobrar uma atitude. Ônibus fretados e uma carreata devem sair do Centro de Caeté, às 14h, em direção ao trevo da BR-381, que ficará fechada por uma hora. Na entrada de João Monlevade, deverão ser fincadas 500 cruzes de madeira para recordar as mortes no trecho Norte da rodovia. Em agosto, está previsto um ato público com lideranças de Itabira, Bom Jesus do Amparo, Santa Maria de Itabira e Nova Era. Na data deve ser feito um ato ecumênico em memória às vítimas da Rodovia da Morte.
Irmão de uma das vítimas do acidente com a van, Adair Syrio, de 28 anos, conseguiu se reunir com o ministro dos Transportes, Alfredo Perez, e, na data, diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foram instruídos a reativar radares em até 30 dias. Mais de 20 dias se passaram do limite e nova promessa é a instalação dentro de mais 15 dias. “O povo foi feito de palhaço. Agora, quem tem de saber das nossas reivindicações é o presidente da República”, afirma um ex-universitário, que deixou de frequentar as aulas em Belo Horizonte com medo de acidentes.
A nova promessa de instalação emergencial dos radares se deve ao cumprimento de ordem judicial expedida juiz Lincoln Pinheiro Costa, do Tribunal Federal da 1ª Região, em Brasília. Em 28 de junho venceu o prazo estipulado para reativação dos aparelhos e construção de uma passarela no Anel, mas o Dnit entrou com recurso de agravo para tentar reverter a decisão, que estipulava multa diária de R$ 10 mil, caso a ordem não fosse cumprida até 21 de junho.
A nova promessa do Dnit é religar os redutores eletrônicos de velocidade em até 10 dias. A previsão é de que, antes da conclusão do processo de licitação para contratação de radares para todo o país, sejam contratadas empresas para operá-los em Minas. No Anel Rodoviária de BH, devem ser ativados 10 aparelhos, dois no Viaduto das Almas e três na BR-356.
No trecho da BR-381, entre BH e Coronel Fabriciano, 13 lombadas devem ser ligadas. Segundo o coordenador-geral de Operação Rodoviárias do Dnit, Luiz Cláudio Varejão, a previsão é de que sejam iniciados os trabalhos de campo nas próximas duas semanas, com a preparação dos locais, testes e aferição dos equipamentos. Além disso, a diretoria do departamento negocia com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a operação de radares estáticos em outros pontos.
Outra promessa do Dnit é a assinatura de contrato para elaboração de projeto executivo da duplicação da rodovia. O acordo deveria ser firmado há 20 dias. Em nota, o Dnit informa que a licitação dos 10 lotes foi concluída e os contratos estão sob análise final da procuradoria.
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