Foto Leonardo LaraImpacto. Após ser atingida pelo Siena, van rodou na pista e ainda bateu em um caminhão de gás e um Palio; congestionamento foi de 14 km
Mulher de 75 anos morreu e outras 14 pessoas ficaram feridas no acidente
Victor Hugo Fonseca
A combinação de álcool e volante em um trecho já conhecido pelo perigo e por várias mortes voltou a provocar um novo desastre. Uma mulher morreu e outras 14 pessoas ficaram feridas em um grave acidente envolvendo quatro veículos na BR-381, na altura de Nova União, no início da tarde de ontem. O congestionamento na região chegou a atingir 14 km no sentido Belo Horizonte/João Monlevade.
Um Siena, que seguia no sentido Vitória, ultrapassou um caminhão de gás em uma curva e, em seguida, bateu de frente com uma van. O utilitário rodou na pista e atingiu o caminhão de gás e um Palio Weekend. O teste do bafômetro revelou que o motorista do Siena, Pedro Vilar de Oliveira, estava alcoolizado.
A passageira da van Maria Rodrigues de Andrade, 75, morreu a caminho do hospital. Outros 13 ocupantes do veículo ficaram feridos.O grupo seguia para um casamento em Lagoa Santa. A décima quarta vítima era passageira do caminhão de gás. O condutor Otávio Magno, 38, não escondeu a revolta.
"Ele me ultrapassou no início de uma curva de quase 90 graus", revelou Magno. Para ele, a imprudência do condutor do Siena foi o motivo do acidente. "Ele é doido ou estava alcoolizado", desabafou. Magno ainda reclamou da demora da polícia em submeter o motorista do Siena ao teste do bafômetro. "Estou indignado. Sou pobre e preto. Se eu estivesse errado, já estaria preso", reclamou.
A versão contada pelo motorista da van, Ricardo Sousa Diniz, 29, confirma a imprudência. "Ele não poderia ultrapassar no local", afirmou. Bem abatido, Diniz, que trabalha com transporte de passageiros há oito anos, disse que nunca tinha sofrido um acidente e afirmou que foi tudo muito rápido. "Só pensei em ajudar as vítimas", disse.
Apenas no final da tarde, o motorista do Siena foi submetido ao teste do bafômetro no local do acidente. No entanto, o equipamento apresentou problemas e os policiais rodoviários precisaram conduzir o motorista até o posto da PRF. Oliveira não quis conversar com a imprensa.
Ao chegar na barreira da PRF, veio a confirmação. O bafômetro acusou 0,53 decigramas de álcool por litro de sangue. O permitido é 0,30 decigramas. Segundo os policiais, ele foi encaminhado para o Detran, onde prestava depoimento até o fechamento desta edição.
Caos. O motorista Vladimir Schmidt, 43, era um dos vários condutores que ficaram presos no local por causa do grande congestionamento. Acostumado a passar pelo trecho, ele afirmou que a duplicação é uma emergência. No entanto, ressaltou que falta cautela aos motoristas. "Todo mundo já sabe que o trecho é perigoso. Tem 20 anos que essa rodovia causa mortes, deveriam ter mais cautela, não exagerar."
Outra morte. No início da noite de ontem, a BR-381, foi palco de outro acidente. Dessa vez, perto de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte. O motorista de caminhão, Geraldo Lub Lonardeli, morreu e a mulher dele, Maria Arlete Lonardeli, ficou gravemente ferida. De acordo com a PRF, eles estavam em um caminhão que tombou na altura do trevo, no sentido João Monlevade/capital.
Na MG-417, na altura do município de Mendes Pimentel, no Vale do Rio Doce, dois homens morreram carbonizadas depois de uma batida entre uma moto e um caminhão na noite de anteontem.
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