sexta-feira, 11 de março de 2011

2011.03.10 - O mais trágico dos feriados - Estado de Minas

Apesar de o balanço da PRF só sair hoje, órgão em Minas adianta que acidentes do carnaval superam os do recesso de 15 de novembro, considerado o mais violento dos últimos anos

Pedro Rocha Franco

Chuva durante todos os dias, recorde de veículos nas estradas e imprudência associada às condições das rodovias. A soma dos três fatores no feriado prolongado de carnaval teve como resultado mais um recorde negativo para as rodovias federais mineiras. Seguindo os trágicos números divulgados pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), a superintendência de Minas Gerais confirma que o estado registrou o feriado mais sangrento da história, superando o da Proclamação da República, em novembro do ano passado, quando 35 pessoas morreram só na malha federal mineira e, à época, foi considerado o mais crítico de todos os tempos. Pela segunda vez consecutiva em recessos prolongados, o triste recorde é quebrado. “E olha que Papai do Céu ajuda muito”, diz o inspetor Aristides Amaral Júnior, do DPRF, atribuindo a Deus que as estatísticas não sejam ainda mais assombrosas.

Em cinco dias (de sexta a terça-feira à noite), 189 pessoas morreram em todo o país e 2.152 ficaram feridas, vítimas dos 3.563 acidentes na malha federal. Os índices são superiores a seis dias do ano passado, quando 143 morreram em 3.233 acidentes. Só na terça-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 23 mortes e 369 feridos em 534 acidentes. A Operação Carnaval nas BRs foi encerrada à meia-noite de ontem, e o balanço final será divulgado hoje. Na terça-feira, a PRF fez 6.356 testes de bafômetro, com 204 positivos e 90 pessoas foram presas por embriaguez. Ao todo, foram fiscalizados 29.857 pessoas e veículos ao longo de 66 mil quilômetros de rodovias federais que cortam o país.

Em Minas, apesar de antecipar que a tragédia deste feriado já superou a de novembro passado, o DPRF só divulga hoje o balanço da Operação Carnaval – somatório dos acidentes e vítimas dos últimos seis dias. Com isso, em relação ao feriado de carnaval de 2010, é possível dizer que, no mínimo, houve aumento de um terço da quantidade de mortes. Isso porque, no que era considerado o recesso mais violento foram registradas 35 mortes, enquanto, no carnaval do ano passado, foram 26. “Chuva e rodovia não matam ninguém. A falha humana, sim”, acrescenta Amaral Júnior, atribuindo a maior parcela da culpa pelas mortes aos motoristas imprudentes: ele considera que entre oito e nove acidentes têm como causa a falta de prudência.

Outro agravante para dias tão sangrentos é a quantidade de carros. A estimativa é que meio milhão de veículos tenham circulado nas BRs mineiras, tendo como direção principal as praias capixabas, fluminenses e baianas, e as cidades históricas. O movimento é tido como recorde em feriados e, com isso, filas a perder de vista se formaram na ida e na volta do carnaval, com registro de engarrafamento de mais de 100 quilômetros na BR-381, sentido Vitória, na sexta-feira.

A chuva é outro problema citado pelo inspetor. Diferentemente da estiagem do ano passado, neste feriado choveu todos os dias e, com isso, as pistas ficam tão escorregadias quanto ‘sabonetes’, mas motoristas insistem em dirigir pisando fundo. “Todo feriado chuvoso é historicamente mais violento”, diz o inspetor Aristides Junior.

Segundo ele, parte considerável dos acidentes com vítimas ocorrem por erros em ultrapassagens, como a ocorrência com quatro mortes envolvendo um ônibus e uma carreta frigorífica, em Prata, na BR-153. Mas, neste trecho e em muitos outros de Minas, como o segmento da BR-381 entre BH e Governador Valadares, as ocorrências mais graves se repetem por tratar-se de rodovias com pistas simples. Por não ter pontos de ultrapassagem, os veículos se chocam de frente.

RETORNO

Na volta para casa, ontem, o fluxo de veículos nas BRs que têm ligação com a capital foi intenso durante todo o dia, mas sem registro de engarrafamentos quilométricos como os da noite de terça-feira, quando uma fila de mais de 60 quilômetros se formou entre BH e Nova União. Na BR-040, ligação com Rio de Janeiro e as principais cidades históricas, como muitos foliões deixaram para retornar na manhã da quarta-feira de cinzas, o número de veículos cruzando o Viaduto do Mutuca, chegada da capital, foi grande durante todo o dia, mas, por ser a pista duplicada, não houve ocorrência de filas e congestionamentos.

REQUISIÇÃO DO DPVAT

Motoristas e passageiros acidentados nas estradas durante o carnaval (e em qualquer outra data) podem requerer indenizações do Seguro Dpvat em casos de morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e hospitalares. O prazo para o pedido da indenização é de três anos, depois da data do acidente. Para dar entrada no procedimento, basta apresentar os documentos exigidos na seguradora escolhida. A relação de empresas consta no site www.dpvatseguro.com.br e o pagamento das indenizações é feito até 30 dias depois de entregues os documentos, por meio de depósito bancário. O valor pago pode chegar a R$ 13,5 mil em casos de morte e invalidez.

Fonte: Estado de Minas

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