domingo, 13 de março de 2011

Projetos de duplicação vêm de 1970 - Estado de Minas

Os projetos de duplicação das mais importantes rodovias do país, todas passando pelo território mineiro, existem há décadas. Mas não saíram do papel a tempo de poupar milhares de vidas. “No início da minha carreira, eu trabalhava como desenhista na primeira empresa de consultoria de projetos rodoviários do Brasil, quando o governo militar apresentou, na década de 1970, planejamento para duplicar as rodovias chamadas tronco, de maior movimento, como as BRs 381, 116, 040 e 262. Mas, até hoje, só foram feitos paliativos. Não se vê empenho da União em solucionar os problemas da falta de segurança das estradas. Por estar no eixo central da malha rodoviária nacional, Minas tem a maior perda com esse descaso”, criticou o engenheiro civil Márcio Aguiar, mestre em transportes e professor da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade Fumec, denunciando 40 anos de omissão.

O especialista ressalta que, além das mortes, a falta de estrutura das rodovias federais provoca vultosas perdas econômicas, causando prejuízos a empresas que dependem das estradas para escoar seus produtos, devido à precariedade de outros meios de transporte de carga. Márcio Aguiar lamenta a subutilização do valor arrecadado com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Combustível) em melhorias estruturais das BRs, como determina a Lei 10.336/2001, que criou o tributo. “Ou o governo federal é muito lento, ou não quer resolver o problema. Sabemos que há mais de R$ 150 bilhões acumulados com a arrecadação da Cide desde sua criação. Portanto, não falta verba. Porque ficam nessa paralisia? A maior incompetência é ter dinheiro e não gastá-lo.”

Para o deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG), o governo federal deveria repassar o recurso para que os estados executassem as obras nas BRs. “Os números assustadores de mortes em acidentes confirmam a inoperância da União e o esgotamento adotado por ela para administrar as rodovias. Nem radares para evitar as tragédias é capaz de instalar, quanto mais fazer obras de duplicação com esse cronograma patético que apresentou”, disse.

Fonte: Estado de Minas

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