terça-feira, 15 de março de 2011

A polêmica dos radares está de volta, agora com a "indústria das multas" sendo comprovada...

A máfia dos radares foi desvelada esta semana através de gravações que não deixam dúvidas: A INDUSTRIA DA MULTA EXISTE. Mesmo assim as prefeituras das cidades brasileiras argumentam que os radares tem caráter pedagógico. De fato eles teriam se não tivessem se transformado em uma atividade com fins eminentemente lucrativos e fonte de arrecadação, que alimenta a indústria das multas, como as gravações mostraram no Sul do Brasil, mas que é a regra no país inteiro. Neste negócio milionário não existem santos e nem tampouco boas intenções.

 

Se houvesse interesse de transformar os radares em uma ação de pedagogia para o trânsito, três coisas importantes precisariam ser revistas. Primeiro: Os limites de velocidade são incompatíveis com as vias e com os veículos fabricados hoje no país. Todos com dispositivos de frenagem evoluídos e cada vez mais seguros. Pasmem, mas 80% das multas aplicadas por "excesso" de velocidade são por uma diferença de 3 a 5 km/h, especialmente nos grandes corredores onde a velocidade deveria ser 70km/h e não 60km/h. Prova de que os limites estão equivocados em 10Km/h para mais, propositadamente.

 

Ao ser obrigado a pagar uma multa por ultrapassar 3 Km/h do limite de 60Km/h, a sensação que fica é a de impotência, gerando revolta, especialmente se o motorista e Cidadão for cumpridor dos seu deveres. Ninguém é contra radar, quando ele  pune os que cometem excessos. O problema é que eles hoje estão colocando no mesmo balaio os motoristas que dirigem com atenção e os  apressadinhos que colocam suas próprias vidas em risco e a de terceiros.

 

Segundo: O local onde os radares são instalados, quase sempre são suspeitos e não costumam representar riscos para a segurança de pedestres e nem dos motoristas. Regra geral são preparados para pegar os condutores desatentos. Costumam ficar atrás de arvores ou em locais de pouca visibilidade, sempre de" tocaia". O critério para instalação segue a lógica da rentabilidade e não da necessidade de diminuir a velocidade para evitar acidentes. O radar precisa se pagar e gerar lucro para as Prefeituras. Essa é a lógica do contrato e ele é assinado sobre o montante mínimo que costuma ser de 5 multas por cada aparelho, por dia, o que equivale ao aluguel do equipamento. Passou de 4 notificações o lucro vai para as prefeituras.

 

Por último, já está comprovado que o modelo de radares pardais tem função arrecadatória apenas e por isso são mais comuns nas cidades. Na verdade eles são pedagógicos onde a velocidade é de 110 km/h e constante. Para as áreas urbanas onde a velocidade máxima é de 70km/h, o correto são os modelos "barreiras eletrônicas" e "lombadas eletrônica", que possuem visor e são apropriados para a tarefa de reduzir a velocidade onde há riscos. Porém não geram lucro e por isso são menos utilizados.

 

Consideradas essas questões é de se esperar que a população aceite os radares como algo positivo e de fato pedagógico, já que são necessários. Do contrário, como está, os radares servem apenas para atender aos interesses escusos de grupos que fabricam e administram eles como negócio e para alimentar a sanha arrecadatória de prefeituras e órgãos de trânsito oportunistas. No caso específico de Belo Horizonte a BH Trans tem nas multas um planejamento de custeio da sua estrutura na ordem de 70%, comprovando a tese de que o objetivo está longe de ser pedagógico. Isso vale para a Transcon em Contagem, onde a sanha é ainda maior.

 

José Aparecido Ribeiro

Especialista em Trânsito e Assuntos Urbanos

ONG SOS Multas Abusivas.

CRA MG 0094 94

31 9953 7945

 

Um comentário:

  1. Diogo Duarte - diogodlucio@yahoo.com.br15 de março de 2011 às 12:17

    Primeiramente parabéns pela matéria.

    Queria deixar meu comentário sobre os radares que estão sendo instalados na BR-381.

    No antigo KM-30 foram instalados radares nos dois sentidos, qual o motivo? Se no sentido BH-JM é uma subida que fica depois de uma curva perigosa e a próxima curva deve ficar a quase 1 km de distância. Já no sentido JM-BH é muito válido. O mesmo vale para os radares instalados próximo ao trevo de Caeté, no sentido JM-BH é válido, já no sentido contrário fica novamente instalado depois de uma curva perigosa. Alguém por favor me explique porque dois radares foram instalados depois de curvas perigosas? Por que até então é a MÁFIA DOS RADARES.

    Lembrando que não sou contra radares, sou contra onde estão sendo instalados.

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