Trinta e cinco mortes nas rodovias federais que atravessam Minas Gerais e apenas uma não foi por colisão frontal. Mesmo com todos os esforços e com o discurso de que a culpa é da imprudência e não do modelo de rodovias os números continuam crescendo e revelando que o problema não está sendo atacado como devia.
Dizer que a culpa é dos motoristas imprudentes não evita que as tragédias aconteçam. Eles sempre existiram e continuarão existindo. Sobre eles, o Estado não tem controle.
Enquanto o modelo de rodovias que permite dois veículos cruzarem em sentidos opostos, em alta velocidade, sem barreiras físicas de concreto ou aço entre uma pista e outra continuar existindo, os números de mortes continuarão crescendo. Minas tem 7 milhões de veículos e as mortes aqui são muito maiores do que em São Paulo onde tem 22 milhões de veículos e as rodovias são duplicadas.
Trinta e quatro, das trinta e cinco mortes por colisões frontais nas rodovias federais de MG que ocorreram no feriado de carnaval, poderiam ter sido evitadas se as pistas fossem separadas ou tivessem proteção entre elas.
As autoridades preferem continuam enxugando gelo e transferindo a culpa para os motoristas... O essencial não é discutido: O que tem a nos dizer o Ministro dos Transportes sobre o recorde de acidentes em rodovias do País?
Nenhuma equipe de reportagem dignou-se a falar com a autoridade máxima da área sobre o assunto. O número de mortes é maior do que os de um acidente aéreo ou das guerras que se desenrolam pelo mundo,189 no total e no local dos acidentes. Segundo dados da ONG Anjos do Asfalto, 40% dos feridos graves morrem a caminho do hospital ou alguns dias depois e não aparecem em nenhuma estatística.
E mesmo assim o político não tem as rodovias como prioridade. Para Alfredo nascimento a prioridade são as hidrovias da Amazônia. (discurso feito em sua posse que já é a terceira vez à frente do Ministério dos Transportes) O assunto continua sendo tratado apenas pela Polícia Rodoviária Federal que tem a missão de fiscalizar. Os resultados mostram que só isso não resolve.
As medidas de fiscalização são eficazes em alguns trechos, mas não podem estar presente em toda a extensão das rodovias. É importante lembrar que todas as vezes que um motorista imprudente encontra um prudente no seu caminho, o segundo acaba pagando com a vida o que poderia ser evitado se pelo menos as rodovias federais fossem minimamente seguras e duplicadas.
Contra os imprudentes, o remédio é rodovias seguras, mais atitudes e menos discurso.
José Aparecido Ribeiro
Especialista em trânsito e assuntos urbanos
CRA MG 0094 94
31 9953 7945
ONG SOS Rodovias federais
Perfeito.
ResponderExcluirA imprensa parece cega. É cômodo e fácil dizer que a culpa é da imprudência dos motoristas que não obedecem a sinalização. A cada tragédia, o governo só sabe aumentar o número de radares automáticos e diminuir a velocidade máxima permitida.
Ninguém sequer fala da defasagem estrutural das rodovias. As autoridades federais que deveriam ser responsabilizadas, sequer se dignam a se pronunciar. E a carnificina continua...
Ontem estava voltando de viagem pela BR 381, o que tenho a dizer e simples e claro.
ResponderExcluirOlha o nº de acidentes vai continuar a crescer na medida em que os motoristas continuarem a disputar corrida nas estradas, pode ser duplicada ou não.
Vou contar o fato ocorrido ontem.
Estávamos a 100 km por hora com pista vazia, um motorista de um palio vermelho (detalhe som no Maximo) fez uma ultrapassagem na curva obrigando o caminhão que vinha no sentido contrario a utilizar o acostamento e eu a fazer uma frenagem brusca no veiculo.
Se tivesse mais um carro sendo BH atrás de mim, seriamos mais um numero para as estatísticas.
Então com quantas vias tiverem não vai adiantar nada, se não educarmos os motoristas.