terça-feira, 8 de março de 2011

Por que os esforços para diminuir acidentes não surtem efeitos e as mortes continuam aumentando?

Autoridades federais e estaduais se uniram em uma cruzada a favor de um feriado sem mortes nas estradas que atravessam Minas Gerais e que são palco de uma carnificina sem fim. Apesar da ação ser amparada por boas intenções, os números continuam crescendo e revelando que o problema não está sendo atacado em sua essência. Ou seja, o modelo de rodovias que permite dois veículos cruzarem em sentidos opostos, em alta velocidade, sem barreiras físicas de concreto ou aço entre uma pista e outra.

 

O aparato acaba se tornando inútil, quando se constata que as mortes são provocadas por colisões frontais, que poderiam ser evitadas com pistas separadas por barreiras físicas. As autoridades continuam enxugando gelo e enquanto isso as mortes aumentam em proporções alarmantes, em especial nas rodovias federais que atravessam o Estado, onde o problema se torna mais grave em virtude do grande volume de veículos.

 

A única maneira de evitar este tipo de acidente, que na maioria das vezes é fatal, é duplicando as Rodovias, pelo menos as federais, para que o motorista que cumpre a sua obrigação ao volante, seja protegido daquele que não cumpre. As medidas de fiscalização são eficazes em alguns trechos, mas não podem estar presente em toda a extensão das rodovias. São Paulo tem rodovias seguras e o numero de mortes lá é muito menor do que em Minas, que tem uma frota 3 vezes menor. (São Paulo tem 22 milhões de veículos e Minas tem apenas 7 milhões). Mas aqui o número de mortes é 9 vezes maior do que em SP.

 

O governo federal, em especial o ministro dos transportes, Alfredo Nascimento, que é do amazonas e conhece muito de hidrovias, ainda não percebeu que estrada boa é estrada segura, com pistas independentes com proteção de concreto ou aço. Estradas que tenham com curvas dentro de padrões de segurança aceitáveis, rampas de inclinação de 5% no máximo (que evitam perdas de freios e economizam combustível), acostamento para casos de pane, caixas de desaceleração, groove que alertam o motorista em caso ele cochilo, boa sinalização etc. A exemplo do que acontece na rodovia que liga BH a Confins e em quase todas as rodovias de São Paulo.

 

Enquanto a autoridade máxima da infra estrutura do pais continuar achando que basta asfaltar uma rodovia para que ela seja considerada boa, as mortes continuarão acontecendo em numero cada vez maior. Com efeito, nos resta até lá, esperar as quartas feiras de cinzas para contabilizar as mortes e transferir para a conta dos motoristas as responsabilidades, mesmo que isso não resolva o problema. É importante lembrar que todas as vezes que um imprudente encontra um prudente no seu caminho, o segundo acaba pagando com a vida o que poderia ser evitado se pelo menos as rodovias federais fossem minimamente seguras e duplicadas.

 

José Aparecido Ribeiro

Especialista em transito e assuntos urbanos

CRA MG 0094 94

31 9953 7945

ONG SOS Rodovias federais

 

Um comentário:

  1. Não há dúvidas quanto a isto. É simplesmente falta de vontade política. Tive um acidente na rodovia por desviar de um carro que ultrapassava em local proibido. Acabei "chapando" a moto na montanha, sorte ainda foi ficar vivo pra atestar isto.

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...