Celso Martins
Repórter
Os 17 trechos da BR-381 que terão radares entre Belo Horizonte e João Monlevade já foram definidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Os equipamentos serão instalados em regime de urgência, até o final de julho. Para que ocorra a dispensa de licitação pública, a direção do departamento, em Brasília, vai decretar estado de emergência na BR-381, chamada de “rodovia da morte” por causa do alto índice de acidentes graves.
Um dos radares será instalado no Km 360, em João Monlevade, onde duas pessoas morreram e uma ficou gravemente ferida ontem, na batida de uma Parati com um caminhão.
Os outros locais onde os equipamentos vão fiscalizar o excesso de velocidade são os que apresentam maior índice de acidentes, conforme informação passada pela a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A decisão de instalar os radares em regime de urgência foi do Ministério dos Transportes, depois que foi lançado um movimento para interditar a BR-381 todo o dia 13 de cada mês, a partir de março. O protesto foi lançado em Caeté, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde morreram cinco estudantes. A van em que eles viajavam foi atingida na rodovia por um caminhão, no último dia 12 de março.
O Dnit deve concluir ainda nesta semana os 18 locais que vão ganhar radares, também em regime de emergência, entre Nova Era e Governador Valadares, no Leste do Estado. Os trechos que serão fiscalizados também são os que apresentam maior índice de acidentes graves ao longo do trecho. Conforme o HOJE EM DIA apurou junto a uma fonte do Dnit, que pediu para que não fosse identificada, Governador Valadares terá três radares.
No ano passado, 138 pessoas morreram na BR-381, entre Belo Horizonte e Ipatinga, no Vale do Aço, conforme balanço da PRF. Neste trecho, foram 2.706 acidentes, que deixaram 2.055 feridos. Em 2007, foram 121 mortos e 1.985 feridos em 2.522 acidentes.
A licitação pública que o Dnit lançou na semana passada deve ser concluída em agosto. Ela prevê para as rodovias federais de Minas 389 radares móveis, fixos e detectores de avanço de sinal.
Desde setembro de 2007, quando 321 lombadas eletrônicas foram desativadas em todo o Brasil, é a terceira concorrência pública lançada pelo Dnit com a promessa de intensificar a fiscalização nas rodovias federais do país.
Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do país, com 8,5 mil quilômetros de extensão somente na jurisdição federal, motivo de ter o maior número de equipamentos para fiscalização eletrônica.
Radares podem ficar desativados no Anel
A assessoria de imprensa do Dnit em Brasília informou ontem que vai entrar com recurso na Justiça Federal para tentar cancelar a reativação de dez radares no Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Os equipamentos estão desativado desde setembro de 2007, quando venceu o contrato de prestação de serviço entre o Dnit e a empresa que cedia os equipamentos. Nas demais rodovias do Estado há cem radares instalados.
O pedido de reativação dos equipamentos no Anel Rodoviário foi feito pelo Ministério Público Federal, depois que ficou constado aumento de acidentes na via. Este número cresceu 18% nos 12 meses que se seguiram à desativação dos aparelhos, em outubro de 2007. E a carnificina continua. Dados da Polícia Militar Rodoviária (PMR) mostram que, nos primeiros três meses deste ano, houve seis mortos e 249 feridos, em 559 acidentes. O número de ocorrências com vítimas subiu 27%, de 141 para 179, em comparação com o mesmo período de 2008.
Caso o Dnit não consiga anular a determinação da Justiça Federal, será obrigado a pagar multa de R$ 10 mil por dia por descumprimento da decisão.
“Somos a favor das lombadas eletrônicas. Esses equipamentos servem para punir os infratores, e acabam tendo caráter pedagógico. Os radares móveis servem para arrecadar e, na maioria das vezes, ficam escondidos”, declarou o presidente da organização não governamental SOS Multas, José Aparecido Ribeiro. A entidade também está apoiando a interdição da BR-381 todo dia13 de cada mês.
Atualmente, o Anel Rodoviário de Belo Horizonte, com uma extensão de 26,5 quilômetros, tem um radar em funcionamento. Ele foi cedido pela Polícia Rodoviária Federal à Polícia Militar Rodoviária, que é a responsável pela fiscalização da via.
Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/
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