terça-feira, 31 de março de 2009

2009.03.31 - Temos que lutar pela duplicação, é preciso dar um basta - Jornal Bom Dia

João Monlevade -
O tom é de ultimato. A duplicação da BR 381, que pelo sinuoso trajeto nos 100 km entre João Monlevade e Belo Horizonte é chamada de Rodovia da Morte, já deveria ter pelo menos começado. É esse o pensamento da presidente da Câmara Municipal de João Monlevade, Dorinha Machado (PMDB).

A vereadora foi procurada pela reportagem do Bom Dia para falar sobre a expectativa em torno das reuniões com representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), no Ministério dos Transportes, em Brasília, marcada para esta quarta-feira, 1º de abril. "Vamos ouvir as propostas para saber o que pode ser feito na BR 381, saber se a obra (de duplicação) vai acontecer", explica. Às 11h, os representantes da região se reúnem com o diretor geral do Dnit, Luiz Pagot. Mais tarde, às 14h30, o encontro é com o diretor geral da ANTT, Bernardo Figueiredo.

Duas propostas, a princípio conflitantes, foram feitas pelos órgãos já citados para melhorias na BR 381.

O Dnit quer duplicar a rodovia entre Belo Horizonte e Governador Valadares e construir um rodoanel entre Betim e o trevo de Ravena e uma variante entre São Gonçalo do Rio Abaixo e Nova Era. A obra seria bancada pelo governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o projeto já foi desenvolvido.

Já a ANTT quer conceder os 290 km entre a capital e o Leste do Estado à iniciativa privada. Nessa proposta, seriam instalados postos de pedágio em Periquito, Jaguaraçu, João Monlevade e Caeté, com distanciamento de 77 km entre eles (imagem ao lado). A idéia pode pesar no bolso dos motoristas, que, segundo estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), pagariam em média R$ 50 para trafegar na rodovia, antes mesmo que ela seja duplicada ou receba melhorias significativas. Enquanto uma decisão não é tomada, autoridades políticas da região se mobilizam pela duplicação. O movimento, com o nome "Mobilização Permanente pela Duplicação da BR 381 de Governador Valadares a Belo Horizonte", já realizou duas reuniões. A última foi na sexta-feira, 27, na sede da Amepi. O engenheiro Carlos Rogério de Lima, ligado ao Dnit, era esperado no encontro, mas foi impedido de comparecer devido a problemas pessoais.

Segundo Dorinha, o peso político de integrantes do movimento pode ajudar na luta pela duplicação da rodovia. "Nosso movimento tem influência e peso. Os deputados José Santana e Alexandre Silveira podem nos ajudar muito. Quanto mais força tiver o movimento, melhor", citou a vereadora.


Dorinha Machado não quis tecer muitos comentários sobre a possível implantação de pedágios na rodovia, mas demonstra ser contra a proposta. "Quero saber por que querem fazer isso, mas cobrar antes da duplicação é complicado", diz a parlamentar, lembrando que a obra faz parte do PAC. Depois da reunião em Brasília, o movimento deve preparar novas ações. Uma delas é o convite de participação às prefeituras que são cortadas pela estrada entre BH e Valadares.

Audiência Pública

Antes de ir à Brasília, Dorinha Machado participa de audiência pública sobre o mesmo assunto na Assembléia Legislativa de Minas, hoje, 31. O encontro será promovido pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, às 14h30, no Plenarinho IV, e atende requerimento da deputada Rosângela Reis (PV), presidente da Frente Parlamentar pela Duplicação da BR 381. Além da presidente do Legislativo monlevadense, também devem comparecer os vereadores Guilherme Nasser (PSDB) e Roberto Romualdo de Oliveira, o Robertinho (PMN), o presidente da Amepi e prefeito de São Gonçalo, Raimundo Nonato Barcelos, o Nozinho, e o prefeito de Monlevade, Gustavo Prandini.


Pedágio caro para compensar intervenção futura

Não bastasse a notícia da possibilidade da instalação de praças de pedágio na BR 381 antes mesmo que ela seja duplicada, e a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) apresenta mais um dado alarmante: um pedágio de R$ 18 a cada 100 km entre Belo Horizonte e Governador Valadares. A informação foi capa do jornal O Tempo desse domingo, 29.

Segundo o estudo CNT, esse é o valor que pode ser pago pelos motoristas que transitarem pela BR 381 se o trecho de 290 km que liga as duas cidades for concedido à iniciativa privada antes de passar por obras de duplicação.

De acordo com o documento, o pedágio de R$ 18 seria necessário para reembolsar os gastos que a iniciativa privada teria para fazer as obras e manutenção na rodovia, durante um período de 25 anos. O valor é três vezes maior do que o previsto, caso as interferências na BR 381 sejam feitas pelo governo federal, via Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), antes da privatização.

A ANTT informou em novembro que a tarifa cobrada em cada um dos quatro pedágios previstos na concessão à iniciativa privada será de, no máximo, R$ 4,38. Independente do que vigorar, caso a proposta de privatização vença o impasse, os valores previstos são bem superiores ao que já é cobrado no segmento privatizado da própria rodovia, entre Belo Horizonte e São Paulo, onde o pedágio custa R$ 1,10 em cada um dos cinco postos instalados em Minas.

Fonte: http://www.cidademais.com.br/noticias/?id=23870

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