Trecho da rodovia próximo a Betim, na Grande BH, ganha três passarelas. Obras devem ser entregues à população em junho
Gabriella Pacheco*
Moisés Silva/EM/D.A Press
Sudênia Alves atravessa a BR para pegar o ônibus e vive diariamente um sufoco, pois os automóveis passam em alta velocidade
Vai ficar mais fácil e seguro atravessar a pé a BR-381, em um dos trechos da rodovia próximo a Betim, na Grande Belo Horizonte. Três passarelas estão sendo instaladas, duas de estrutura metálica e colocadas no km 482, no Bairro Jardim Piemont, e no km 485, no Bairro Boa Esperança; e a terceira, em concreto, no km 490. As obras já foram iniciadas e têm previsão de término para junho.
De acordo com a concessionária que administra a rodovia entre Belo Horizonte e São Paulo, Autopista Fernão Dias (OHL), as obras estavam previstas pelo contrato de concessão, assinado em 2008, com todo investimento para a instalação das estruturas sendo responsabilidade da empresa. Os locais de colocação das passarelas foram definidos com base na contagem de pedestres, demanda de travessias e no número de atropelamentos. Além do benefício para os transeuntes, os equipamentos vão tranquilizar motoristas porque os trechos têm pouca iluminação à noite e muitas curvas.
Para o administrador da Regional Teresopólis, José Pereira dos Santos, a iniciativa atende uma grande e antiga demanda dos moradores e trabalhadores da região. Segundo ele, as associações dos bairros Renascer e Boa Esperança chegaram a fazer abaixo-assinados para a prefeitura pedindo a construção das passarelas. “Essa obra é muito importante e vai ajudar a evitar acidentes e melhorar, em muito, a qualidade de vida de trabalhadores e moradores que atravessam a rodovia”, diz.
A contadora Sudênia Oliveira Alves, de 27 anos, é uma das pessoas que será beneficiada pelas obras. Ela trabalha em uma empresa no Bairro Jardim Alterosas e tem que atravessar a rodovia para pegar o ônibus de volta para casa. “É um sufoco, muito estressante e perigoso, mas se eu quiser pegar o ônibus, esse é o jeito”, diz. O auxiliar de produção, Ênio dos Santos, de 27, mora em BH e trabalha em Betim. Para ir e voltar, ele também se aventura pela BR-381. “Não é fácil, não. A gente tem que esperar até um carro vir devagar, mas eles correm muito. Já passei muitos sustos aqui”, relata.
Apesar dos esforços para reduzir o perigo e os riscos de atropelamentos, a Polícia Rodoviária Federal afirma que em grande parte dos acidentes envolvendo pedestres, a vítima apresenta sinais de embriaguês. Outro dado alarmante é que, mesmo com as telas de proteção no entorno das passarelas, os atropelamentos ocorrem bem próximos às áreas onde há travessias, o que indica a falta de consciência dos pedestres quanto aos riscos de atravessar em local impróprio. A Autopista Fernão Dias informou por meio de nota que uma passarela danificada, no km 495, na altura do Bairro Filadélfia, está em reconstrução. Ela foi atingida por uma carreta que tinha excesso de carga, em outubro de 2010. Próximo ao local, a concessionária implantou uma passarela provisória, de madeira e estrutura metálica.
* Do Aqui Betim
MUNICIPALIZAÇÃO DO ANEL
Integrantes de uma Comissão Especial da Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovaram ontem um parecer que rejeita o veto do prefeito Marcio Lacerda (PSB) sobre a proposta de municipalização do Anel Rodoviário. Lacerda considerou em 12 de janeiro que a proposta era inconstitucional e ilegal já que somente a União poderia delegar ao município a administração do trecho. Além disso, a prefeitura afirmava que o projeto não tinha estimativa de gastos e seu impacto no orçamento municipal. Os vereadores presentes à reunião alegaram que as medidas paliativas adotadas para resolver problemas na via são insuficientes. Eles defenderam a municipalização como forma de acelerar o controle do trânsito e redução dos acidentes. O veto será encaminhado agora para votação em plenário na Câmara. O prefeito disse que aprovado ou não, o veto não vai corrigir os problemas da via. Ele defende o envio de verbas federais para solucionar o alto índice de acidentes no local. “Não creio que qualquer decisão da Câmara vá gerar polêmica. Penso que a medida certa seria aplicar os investimentos federais e talvez até estaduais para melhorar as condições da via”, diz o prefeito.
Fonte: Estado de Minas
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