quinta-feira, 14 de maio de 2009

2009.05.14 - Fechamento da BR-381 gera reações conflitantes - Jva Online

Lairto Martins
UM CAIXÃO FOI usado pelos manifestantes para simbolizar a “Rodovia da Morte”

Caminhoneiros e moradores vizinhos da rodovia se dividem quanto ao efeito prático de movimento, embora reconheçam necessidade de duplicação

IPATINGA - O movimento denominado “Mobilização Permanente pela Duplicação da BR-381”, que teve mais um desdobramento na tarde desta quarta-feira (13), em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e também em São Gonçalo do Rio Abaixo, Ipatinga e Governador Valadares, parando o trânsito por cerca de meia hora, foi alvo das mais diversas opiniões.

Entre os populares e motoristas ouvidos pelo jornal VALE DO AÇO durante o ato público em Ipatinga, alguns disseram duvidar do efeito prático do fechamento da estrada. Outros consideraram válida a iniciativa. Faixas, cartazes e até um caixão foram utilizados no ato público.

Em Ipatinga, a paralisação de trinta minutos foi provocada por um grupo pequeno, que tinha à frente a deputada Cecília Ferramenta (PT) e o prefeito de Santana do Paraíso, Joaquim Correia de Melo, Kim (PT). Ainda, foram vistos ativistas do Partido Verde. As pessoas aparentemente sem vinculação partidária eram um grupo bem resumido. A Polícia Rodoviária compareceu para garantir a segurança e nenhum incidente foi registrado, apesar do nervosismo manifestado por alguns motoristas.

Por incrível que pareça, os caminhoneiros, que são os usuários mais comuns das estradas, foram os que mais divergiram em relação à paralisação, apesar de todos concordarem com a necessidade da duplicação da rodovia.

“Acho que este não é o método correto para resolver o problema. A BR-381, para mim, que trabalho como caminhoneiro há mais de dez anos, é uma das melhores do país. Por isso, acredito que esta paralisação está sendo usada apenas como estratégia política”, opinou Alexandre Lima dos Santos, que se dirigia de Governador Valadares para BH.

Ainda segundo o caminhoneiro, a preocupação com a segurança deve partir dos próprios motoristas, que são os principais responsáveis pelo grande número de acidentes na rodovia.

“A imprudência dos motoristas é o principal motivo do alto índice de acidentes na BR. A rodovia não oferece nenhum ponto de ultrapassagem e muitos motoristas aproveitam da situação e extrapolam na velocidade. A duplicação poderia fazer o fluxo correr mais tranquilamente, porém a segurança das pessoas não vai depender somente desta obra”, afirma o caminhoneiro.

Em oposição à opinião do colega de trabalho, o caminhoneiro Jonilson Barros, de 25 anos, que fazia o trajeto Bahia/Belo Horizonte, acredita que o movimento consiga sensibilizar as autoridades.

“Sempre passo pela BR-381 e concordo quando as pessoas reclamam da falta de sinalização e das pistas danificadas. Já perdi um colega de trabalho nesta rodovia por causa da má condição da estrada. Acho que somente a duplicação da rodovia conseguiria diminuir o índice de acidentes e acabar com a má fama do local”, declara o motorista, que há quatro anos trabalha como caminhoneiro.

Ainda segundo o motorista, a região de serra, entre Belo Horizonte e João Monlevade, é o pior trecho da BR-381. “Toda vez que pego esta estrada, preciso ligar para minha mãe de hora em hora. A preocupação da família é uma das coisas que mais me atrapalha. Afinal, fico apreensivo quando lembro que deixei pessoas que amo para trás”, revela.

Apesar de saber que a cobrança do pedágio pode pesar no bolso, muitos motoristas aprovam a medida, caso ela contribua para a real solução do problema.

“Cobrar a taxa antes da finalização das obras é uma injustiça. Após a conclusão, é melhor enfiar a mão no bolso do que pagar com a vida. Se a cobrança de pedágio conseguir resolver o problema, eu vou pagar com muito prazer”, opinou o motorista Marcos Martins, de 37 anos.

Fonte: http://www.jvaonline.com.br/noticias.asp?id_noticia=74199

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