Senti tristeza ao ler a declaração do Ministério Publico Federal de que o Anel Rodoviário de BH não precisa de medidas de emergência. A declaração é tão absurda que parece inacreditável. O Promotor baseou tal decisão em relatórios da PMMG (Batalhão de Transito) de que os acidentes que acontecem ali são motivados por falhas humanas. As exceções viraram regras e a dedução não segue a lógica do pensamento científico. Usando essa lógica, as rodovias federais que atravessam MG não receberão tratamento e continuarão matando inocentes em numero cada vez maior e a cada feriado. A autoridade parece desconhecer o significado de lógica e toma decisões importantes baseado em relatórios que não representam a realidade dos fatos.
O Ministro dos Transportes, que é o maior culpado por essa carnificina no Anel Rodoviário deve estar feliz com a declaração do MP e continuará inerte, como sempre esteve nos últimos anos em que o numero de acidentes do Anel vem crescendo desmedidamente. Usando a lógica como ela precisa ser usada, pergunto ao Promotor que acusa os motoristas pela carnificina, quase sempre no mesmo lugar: Se não houvesse estreitamentos de pista no Anel, que provocam interrupção de tráfego em uma Auto Pista, em especial nas proximidades da passagem de nível do Bairro Industrial, as mortes provocadas por engavetamento de caminhões passando por cima de carros pequenos, teriam ocorrido?
É importante informar ao Exmo. Promotor que caminhões não avisam quando irão perder os freios e radares não conseguem segurá-los quando isso acontece. O que o MP nos diz de uma via onde a inclinação deveria ser no máximo 8%, mas é de quase 20%? E em relação ao fato de que a via é categorizada como uma Auto Pista onde a velocidade permitida é de 110 km para carros pequenos, e 80 km para caminhões? Mais uma vez lembro ao MP que, para a PRF e para a PMMG, todos os acidentes são provocados por motoristas e não por falhas nas vias ou falhas mecânicas. Esse é o relatório mais fácil e simples de ser preenchido pelos agentes das duas instituições. Eles desconsideram, no entanto, as circunstancias e o fato em si, fazem sempre deduções precipitadas para justificar suas ausências como fiscalizadores. O problema é que as testemunhas e os envolvidos, na maioria das vezes, costumam estar mortos ou presos nas ferragens e não podem se defender.
O que as câmeras de fotógrafos e de televisão captam no Anel é a sua realidade, e não o que parece ou deveria ser. O mundo das autoridades que administram no conforto de seus gabinetes, movimenta-se em “câmera lenta”, aqui fora ele é real e movimenta-se dentro da racionalidade e não da ilusão, como querem. A via recebe 130 mil veículos por dia e é uma Auto Pista onde a velocidade é diferente da praticada em uma avenida. Lembro que o Anel Rodoviário não é uma avenida, ele liga as duas principais Rodovias Federais que atravessam Minas Gerais e não pode ter interrupção de tráfego por estreitamento de pistas.
Sugiro ao Promotor voltar para a faculdade para rever as matérias de Lógica do Pensamento Científico e Silogismo Categórico, ambas fundamentais para a compreensão de situações que exigem deduções como os que estão sendo analisados. Talvez assim ele mude sua opinião, passe a analisar o fenômeno e não o episódio e propõe a condenação de quem precisa ser chamado à responsabilidade. Refiro-me ao Sr. Alfredo Nascimento, Ministro dos Transportes e a Sra. Dilma Rousseff, Presidente da Republica. Ambos à mais de 8 anos no governo e que poderiam, mas não fizeram nada até agora para acabar com a carnificina no Anel Rodoviário. Estes sim são os verdadeiros responsáveis pelo sangue que jorra sem parar no ANEL DA MORTE.
José Aparecido Ribeiro
Especialista em Assuntos Urbanos
Filósofo e Bacharel em Turismo
ONG SOS Rodovias Federais
31 9953 7945
CRA MG 0094 94
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